A Sociohabita Funchal é aquela empresa municipal que já devia ser estudada em Harvard, não pela boa gestão, mas como exemplo de como transformar milhões em prejuízo com a mesma rapidez com que se queima uma lapas na brasa.
É a empresa que não tem dinheiro para arranjar elevadores nos prédios sociais, não tem dinheiro para reparar canos a jorrar água, não tem dinheiro para limpar o lixo que se acumula nas escadas… mas, vejam lá o milagre: encontrou fundos escondidos debaixo do tapete para organizar um almoço de campanha eleitoral. Bravo! Palmas! Nobel da Incompetência!
Quer dizer, para ajudar as famílias do Funchal que vivem em condições degradantes… nada. Mas para fazer um arroz de pato e umas febras de campanha… aí sim, o cofre abre-se como se fosse a Caixa Geral de Depósitos.
E quem é o convidado especial deste banquete à custa do povo? O PPD, claro. O partido que, pelos vistos, não só come votos, mas também almoços grátis. E depois ainda têm a lata de pedir confiança aos funchalenses, quando nem confiança lhes daríamos para tomar conta de um micro-ondas sem o incendiar.
E a cereja no topo do bolo – ou melhor, no topo do pudim flan servido à sobremesa – é a absoluta falta de vergonha. Porque isto não é só má gestão, isto já roça o criminoso. É transformar a miséria de uns em jantarada para outros. É um atentado ao bolso de todos nós e, pior ainda, à dignidade dos que vivem nos bairros sociais da Sociohabita.
E eu pergunto, onde anda a polícia? Estará a passar multas de estacionamento ao lado do restaurante? Estará também a saborear o bacalhau com natas do almoço eleitoral? Ou já desistiu de intervir porque percebeu que isto é mais comédia do que caso de justiça?
O que é certo é que o Funchal merecia uma Sociohabita que limpasse casas, não bolsos. Que desse condições de vida dignas, não almoços políticos. Mas, pelos vistos, temos de nos contentar com este circo onde o palhaço não é quem ri, é quem paga. E adivinhem quem paga? Somos todos nós.
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