G anhar dinheiro na Madeira não é fácil, mas gastá-lo sim, sobre tudo quem vem de fora com melhor poder de compra. O impacto do turismo na vida dos madeirenses é visível e complexo. Em vez de ser apenas um motor económico, o turismo está a moldar o tecido social da ilha de forma muito concreta. Vejo os naturais a não progredir, escravos de um modelo económico de meia dúzia que sonham com estrangeiros ricos.
Economia Local vs. Custo de Vida. O turismo de massas trouxe mais postos de trabalho, mas também contribuiu para a subida acentuada do custo de vida, especialmente nos preços da habitação. A proliferação do alojamento local (AL) retira casas do mercado de arrendamento de longa duração, tornando difícil para os jovens e famílias madeirenses encontrar casa a preços acessíveis. Será isto um sucesso? Não creio, porque os naturais desta ilha empobrecem. Como é que a economia turística beneficia diretamente a população local para além dos empregos no setor? A subida dos preços compensa o aumento do rendimento?
Acesso e Sobrelotação. As paisagens naturais, que são o grande atrativo da ilha, como os trilhos das levadas e os picos mais famosos, sofrem com a sobrecarga de visitantes, especialmente em época alta. as qual é a época alta com low cost s a servir? Quem abranda para reequilibrar? Sobretudo na natureza. Isto cria pressão sobre as infraestruturas, poluição e um desgaste visível do ambiente. Para os residentes, a experiência de lazer em espaços naturais pode tornar-se menos agradável. Certamente já não é a tranquilidade que conheciam.
Ponto de Reflexão. O crescimento do turismo sustentável passa por limitar o número de visitantes em certas zonas? Como pode a ilha gerir o equilíbrio entre o acesso e a conservação?
Cultura e Identidade. Estamos a ser abalroados. A cultura local, como festas tradicionais e o artesanato, é cada vez mais procurada pelos turistas. No entanto, o risco de apropriação e da cultura se tornar apenas um produto para o turista é real. O genuíno está-se a perder, a essência da Madeira é explorada por oportunistas e introduzem "ruído" e sucessos de outros sítios. Como é que a Madeira pode garantir que a sua cultura continua a ser vivida pelos residentes e não apenas exibida para os visitantes? Se já nos abalroaram que garante que não dizimam a cultura?
Vendo de fora, a perspetiva "De Fora", diz que a experiência da Madeira com o turismo pode servir de exemplo, tanto positivo como negativo, para outros destinos insulares e litorais que enfrentam desafios semelhantes. Portanto não é o exemplo. são exemplos bons e maus.
Será um caso de estudo por sucesso? A Madeira é muitas vezes vista como um modelo de sucesso na diversificação do turismo, não se focando apenas no sol e mar, mas também na natureza, no turismo de aventura e no enoturismo. Porque temos saudosismo do turismo anterior? Pelo civismo, pela qualidade, por respeitarem os locais e não interferirem nas suas vidas?
Quais são as políticas que a Madeira implementou para atingir este nível de sucesso? Podem ser replicadas noutros locais? Não acho a Madeira exemplo, importou um modelo errado quando estava no certo, agora, quando o nosso Turismo não tem coragem de retroceder, como outros destinos, vamos acolhendo os seus sobejos.
A geografia da ilha cria desafios específicos. A limitada área terrestre e a dependência de infraestruturas como estradas e túneis tornam a gestão de fluxos de pessoas mais complicada do que em destinos continentais. Aviões por demais em casos de inoperacionalidade frequente, na única ilha europeia que odeia ferries, quando não temos condicionalismo... nós criamos.
Como é que a Madeira pode conciliar o crescimento do turismo com a sua capacidade de carga limitada, tanto a nível físico como social? A insularidade é um desafio ou uma oportunidade para criar um modelo de turismo mais controlado? Meus amigos há descontrolo, mas enquanto alguns lucrarem, toda uma cadeia de interesse vai afirmar o contrário.
Os precedentes que abriram viciaram, só uma "hecatombe" do tipo Covid vai acordar as pessoas desta monocultura empobrecedora. Há destinos turísticos com uma força de trabalho que se torne classe média superior? Não vejo, só gente que se pode evita turismo e restauração.
Tenham boa semana, tentei telegraficamente balançar as mentes.
P.S.: peço que os gestores da página não se deixem enredar por jornalistas maliciosos em dívidas de favor a políticos, a vossa página é um serviço público, mantenham-se hirtos.
