São vistas como agendas de avanço civilizacional, mas na verdade são agendas de imposições ideológicas
M uito se fala das chamadas agendas de esquerda — a climática, a LGBT, a de género, entre outras — como se fossem símbolos de progresso. Mas, quando olhadas de perto, revelam-se antes como imposições ideológicas que condicionam a sociedade, rotulam pessoas e limitam a liberdade individual.
A sexualidade humana, por exemplo, sempre existiu na sua diversidade. Nunca foi preciso uma agenda para isso. Hoje, transformou-se em bandeira política, usada para dividir e rotular. Chegámos ao ponto de ver adolescentes de 15 ou 16 anos incentivados a mudar de sexo, quando a vida humana é feita de fases hormonais, psicológicas e genéticas. Reduzir tudo a uma agenda é um erro tremendo.
Além disso, quando falamos em questões de sexualidade, não podemos esquecer que muitas situações estão ligadas a vícios, ao efeito de substâncias como álcool e drogas, ou até a fatores genéticos que ainda não estão bem estudados. Desde a Grécia e de Roma que existem relatos sobre essas práticas, mas nunca foram encaradas como algo que precisasse de uma agenda política. São matérias da medicina, da espiritualidade e até, no misticismo cristão, associadas a tentações ou “demónios” que fazem parte da luta interior de cada pessoa. Jesus nunca rotulou, nunca transformou estas vivências em agendas — tratou sempre como parte do processo espiritual de cada um.
O que considero mais grave é quando uma Câmara Municipal, como a de Oeiras, cria atendimentos “personalizados” para LGBTs. Isso não liberta ninguém — pelo contrário, trata as pessoas como se tivessem de ser rotuladas, como se fossem diferentes por decreto. É uma forma de preconceito mascarado de inclusão. Muitas pessoas que vivem com tendências homossexuais ou bissexuais reconhecem a dor e a dificuldade de ter de viver com essa experiência na sua vida. Não se trata de lhes dar uma “agenda”, muito menos um atendimento que as separe ainda mais daquilo que devia ser comum a todos: o direito ao anonimato, a serem tratadas com normalidade.
O maior erro esteve na própria Associação Mundial de Psicologia, que deixou de estudar e tratar estas questões, optando pela normalização absoluta de fatores que evidentemente fogem à norma. Devemos continuar a reconhecer essas realidades como parte do foro psicológico e não excluir completamente da investigação científica as questões ligadas à homossexualidade e à bissexualidade, que também mereciam acompanhamento. Há inúmeros fatores associados — como esquizofrenia, bipolaridade ou demências — que podem estar presentes em certos comportamentos. Ignorar isso em nome de agendas só agrava a situação.
Essas bandeiras acabam, portanto, por não ajudarem em nada. Pelo contrário, agravam os problemas, deixando as pessoas mais fragilizadas e vulneráveis. Em vez de receberem acompanhamento clínico ou psicológico sério, são empurradas para rótulos e festas ideológicas que as afastam da verdadeira compreensão da sua condição, muitas vezes de natureza médica. O resultado é dramático: muitos acabam entregues a um estado de aberração social e psicológica sem retorno, mascarado de uma normalidade que é falsa — completamente falsa — e que apenas destrói ainda mais a vida dessas pessoas.
Na prática, a mensagem LGBT é hoje usada apenas como fachada para dinheiro fácil destinado a associações que se limitam a organizar festas e arraiais. Não resolve os problemas reais das pessoas, não presta acompanhamento sério, não acrescenta nada de útil. É apenas um mecanismo de financiamento disfarçado de causa social.
E repare-se que aqui na Madeira nunca foi preciso inventar “festas LGBT”. Sempre tivemos o Carnaval, e dentro dele a famosa Noite do Travesti, onde, para quem quisesse, “esse demónio” saía à rua uma vez por ano. Era um momento de libertação circunscrito ao Carnaval, e não precisou de agendas políticas ou de normalização forçada. Não é preciso criar festas e arraiais LGBT, muito menos normalizar o travestismo, porque simplesmente não é normal. Não podemos cair na ilusão de transformar em regra aquilo que nunca foi regra.
Mesmo Sodoma e Gomorra, tantas vezes lembradas apenas pelas orgias e excessos, eram na verdade símbolos de corrupção, injustiça e decadência moral generalizada. O paralelo não está só na libertinagem sexual, mas em todo o ambiente de ilegalidade e abuso que nelas reinava.
O problema maior está no bloco central, PS e PSD, que faliram ideologicamente e mergulharam em corrupção.
No fundo, quer venham da esquerda ou da direita, as agendas são sempre um erro. O verdadeiro símbolo civilizacional não está em rotular pessoas, nem em encaixá-las em caixas. A verdadeira evolução civilizacional está em não impor ideologias. Está sempre na ciência, no aperfeiçoamento do ser humano do ponto de vista da medicina e da saúde mental, e também na descoberta de todos os fatores genéticos, químicos e bioquímicos que possam influenciar essas áreas.
Essa deverá ser a verdadeira evolução civilizacional. E a questão deve ser posta dessa forma: se fosse detetado um gene homossexual num bebé à nascença, quase todos os pais quereriam corrigir esse gene. Porquê? Porque não iriam querer ver o seu filho sofrer. E se existisse um comprimido que curasse, quase todas as pessoas com essas tendências o tomariam — mesmo que não o admitam agora. Porque ninguém quer, no íntimo, viver fora da norma.
Essas agendas, portanto, não são um avanço. São um retrocesso. São um erro completo.
