Madeira: do destino de charme ao parque de campismo do Atlântico
I ronia do destino, Albuquerque encerrou o Parque de Campismo do Porto Santo, mas, sem querer, transformou a Madeira inteira num gigantesco parque de campismo improvisado, mas também parque temático cheio de ideias e outros estendais na paisagem. O arquipélago das levadas e das ponchas tornou-se também o arquipélago das tendas. Não foi bem isto que os hoteleiros pediram, também já chamam Jesus de incompetente? Não aticem que ele ofende, ele só está para elogios e páginas nos jornais.
Há tendas no tejadilho, tendas agarradas aos carros, tendas pirata que brotam em qualquer clareira, tendas à revelia plantadas no meio da serra, tendas a espreitar dos estacionamentos e até tendas a saudar o nascer do sol. A imaginação não tem limites. Estendais de roupa esticados entre árvores, sacos-cama em fogareiros serra, sacos-cama abertos como se fossem toalhas de praia. Onde antes se via paisagem, agora aparece uma lona colorida. A Madeira tornou-se “campismo livre”, gratuito, criativo e, para alguns, até um pouco excessivo. Vai lá fiscalizar tanto ... vai.
É um erro pensar que as low cost trazem turistas “rascas”. O problema não é esse. O que mudou foi o modelo. Antes, quem vinha ficava no hotel, tirava a fotografia à piscina, fazia tour de autocarro e ia embora. Agora, os turistas querem dormir dentro da paisagem, nem que seja no meio de um estacionamento ou pendurados numa árvore da serra. No fundo, a Madeira reinventou-se. Só que, em vez de se vender como destino de luxo ou de natureza sofisticada, está em vias de se tornar no “Woodstock do Atlântico”, até porque todos podem andar na "passa", não falta produto, Marijuana (erva), LSD (ácido), Bloom, Anfetaminas (speed) e o Dário que está em todas fornece o álcool, a todas as idades. Vida saudável.
All inclusive ficou careta, o que mudou não foi a carteira dos turistas, mas a filosofia, o que antes era hotel com pulseira e buffet, agora é lona, saco-cama e muito espírito “faça você mesmo”. Radical men.
A Madeira arrisca-se a ser rebatizada, já não é só ilha das flores, das levadas e da poncha, é a Woodstock do Atlântico, onde cada recanto tem uma tenda, cada miradouro um estendal e cada turista um escuteiro improvisado. Em Woodstock, a maioria das cerca de 400.000 pessoas que lá estiveram montaram as suas tendas ou abrigos improvisados nos campos em redor do palco, na fazenda de Max Yasgur. Meu sonho é ver campos de golfe inviáveis com este turismo dos 6000 voos do Eduardinho. Curioso, o acampamento em Woodstock (Madeira Stock) era caótico e improvisado, como a política do Eduardinho, longe de ser organizado como os festivais modernos. Com a chegada de dezenas de milhares de pessoas além do esperado, as infraestruturas planeadas tornaram-se insuficientes e não havia ETAR para sobreviver. Havia tendas de campismo tradicionais, mas também muitos abrigos feitos com lonas, cobertores, ou apenas sacos-cama ao ar livre. As tendas serviam de refúgio da chuva, que foi abundante em alguns momentos do festival, e do sol, mas também como pontos de encontro e descanso para os campistas.
O mote foi dado por Albuquerque, o "centro-campista" da Madeira, está tudo controlado, Woodstock com ele, dava um grande festeiro.
Sugestão para a substituição das cadeiras das esplanadas conforme deseja Albuquerque:
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