A Madeira que anda em festa, numa conjuntura surrealista, na monocultura do turismo desenfreado, de uma hora para outra colapsa com uma guerra na Europa. Não terei pena do povo que não ouve e agora sabe-se, por estudo, que poucos sabem interpretar algumas linhas de texto, porque embruteceram com as redes sociais. A Madeira não tem estrutura social e muito menos mental para enfrentar uma guerra por mais que seja ultraperiférica. E, o artigo 4º precede o 5º... Não existe classe média, existe uma extensa classe de sobre vivência que um dia vai acordar como a Europa, nada é dado adquirido para sempre.
É uma pergunta profunda e complexa a que fiz no título, que toca em aspetos da natureza humana, da política, da sociedade e do nosso futuro coletivo. Não há uma resposta única, mas podemos explorar as várias razões para a ascensão de maus líderes e a nossa aparente passividade.
A ideia de que "boa gente" é passiva ou eliminada tem alguma verdade. Existem vários fatores que contribuem para que pessoas com intenções questionáveis cheguem ao poder:
- Manipulação e retórica populista é uma. Líderes carismáticos e autoritários são frequentemente mestres da manipulação. Exploram medos, frustrações e ressentimentos das pessoas, prometendo soluções simples para problemas complexos. A retórica populista, que cria um "nós contra eles", pode ser extremamente eficaz a mobilizar apoio e a desviar a atenção de questões reais. Por cá é o inimigo externo porque têm inveja de nós povo superior, o da violência doméstica, o que mata animais, o que despreza a natureza e é facilmente enganado por uma classe jornalística vendida que só pensa em si.
- Existe a apatia, passividade e desilusão da "boa gente", consoante o perfil. Muitos cidadãos desinteressam-se pela política, sentindo que o seu voto não faz diferença ou que todos os políticos são iguais. Resignam a sua lucidez. Esta apatia deixa um vazio que é facilmente preenchido por aqueles que estão mais motivados e organizados, mesmo que as suas intenções não sejam as melhores. Os maus, interesseiros, esquemáticos e que lucram com a conjuntura não falham na hora do voto. Mas fazem o potencial voto contra desistir. Isto numa democracia é muita falta de pensamento, nas ditaduras nem isso temos.
- O sistema em si é outro problema, engraçado que quando falamos em "sistema" é logo mau. Nalgumas democracias, o sistema de financiamento de campanhas, a influência dos interesses económicos e a polarização mediática podem favorecer candidatos que não servem o bem comum. Para além disso, a burocracia e a lentidão das instituições podem levar a uma frustração generalizada que abre caminho para líderes que prometem ação rápida, mesmo que à custa dos princípios democráticos. Na Madeira, o poder económico assaltou o poder e impõe candidatos, eleitos para os servirem, e são proprietários de toda a comunicação social com empregados que os servem fielmente, como aquele "jornalista influencer" atrevido do DN Madeira. Esperemos que tenha sempre emprego para a família toda...
- O vácuo de liderança que para mim existe quando os líderes moderados ou competentes falham em responder às necessidades do povo, ou em comunicar eficazmente, abrem a porta para que outros preencham esse vazio. A ascensão de maus líderes pode ser um sintoma de um sistema político disfuncional, e não apenas a causa. Em França as contas estão más porque governaram mal e agra os extremismos não deixam corrigir
O mundo caminha para o apocalipse?
O apocalipse climático porque ninguém refreia para travar com maus líderes, veja-se a Madeira apesar da sua propaganda, e as guerras refletem uma ansiedade legítima e amplamente partilhada. Que não chega à Madeira dependente para comer e dar de comer ao turismo? Vemos crises a se intensificarem, e parece que a cooperação e a razão estão a perder terreno, bem como a lei e a ordem mundial baseada em leis e não do mais forte. Há líderes que lhes dá gozo gastar dinheiro em guerras e sofrimento do seu povo e dos outros. Que insanidade é esta? Os bons passivos terão que se tornar maus, ainda piores, para vencerem? Chegaremos ao tempo da eliminação seletiva pelo método dos maus?
A ciência é clara sobre a gravidade da situação. A falta de ação concertada por parte de muitos governos deve-se a vários fatores, a influência de indústrias de combustíveis fósseis, a prioridade de ganhos económicos a curto prazo em detrimento do futuro, a dificuldade das pessoas se mobilizarem para um problema que parece distante e abstrato. No entanto, é importante notar que o progresso está a ser feito, com a transição energética a acelerar-se e a sociedade civil a exigir mais ações. A questão é se será suficiente e a tempo, os bons ultrapassam os maus amarrados ao passado? Conseguem vencê-los e ter tamanho sucesso que colmata e sobrepõe?
A ascensão de regimes autoritários, a violação de leis internacionais e a brutalidade das guerras atuais são sinais preocupantes. A falta de respeito pela vida humana, pela natureza e pelas normas que construímos ao longo de séculos é alarmante. Parece que ninguém lê os testemunhos do passado e cometem-se os mesmos erros, o interessante é que bastam 2, 3 ou 4 para quebrar a fragilidade do bom caminho. A eliminação é um pecado plausível (gostei da palavra há dias num texto do Albuquerque e suas obras manhosas)? É crucial evitar a armadilha do pessimismo absoluto. Houve períodos igualmente, ou mais, violentos na história. A diferença para hoje é a nossa capacidade de ver e ser informados em tempo real sobre o que acontece em todo o mundo, e o nosso senso de que não estamos a conseguir ter um impacto significativo. No contexto da Madeira é importante uma página como o Madeira Opina, mesmo que muitos não consigam interpretar duas ou três linhas, a não ser cheirando, fica como memória futura para condenar.
Apesar de tudo, a história mostra que a humanidade é capaz de resiliência e cooperação. O mundo não é um caminho inevitável para o apocalipse. Existem muitas pessoas e movimentos a lutar por um futuro melhor, a defender a lei, a justiça e o ambiente. O desafio é amplificar as suas vozes e o seu poder, e superar a apatia e a desilusão que sentiu. A "boa gente" não está eliminada, mas precisa de se organizar e atuar de forma mais eficaz. Por isso existe o Madeira Opina?
Mas não esqueçam que o ambiente não espera, o tal que o protegido Eduardo Jesus anda a destruir na nossa terra. Um mau protegido pelo jornalismo.´
A lição deste texto: os maus querem que desista. A missão deste texto: não desista e convença um amigo.
Deixo este texto para lerem: https://pt.linkedin.com/pulse/por-que-maus-l%C3%ADderes-continuam-crescendo-herica-ponsiana-ijsoc
Nota do MO: autor, estava inspirado. Agradecidos pelas palavras, é raro alguém reconhecer o trabalho que fazemos.
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