Ponto prévio para o Beto do Naval do DN: não sou do JPP, nunca votei JPP, não sou sequer de esquerda e, para que conste, já votei PSD. Esclarecido isto, passo ao tema deste artigo: o ainda Secretário Regional de Educação.
A ginástica dos números
M uito já se escreveu sobre Jorge Carvalho e sobre as suas fragilidades políticas. Como bem disse Nuno Morna, trata-se de um político medíocre, sem ideias inovadoras, sem um rasgo, sem qualquer contributo digno de registo. Em suma: um candidato à Câmara do Funchal que ninguém pediu e que ninguém deseja.
Contudo, há que lhe reconhecer uma qualidade: sempre soube manter o Diário de Notícias sob a sua influência.
Entre as dezenas de subscrições do jornal espalhadas pelas delegações escolares, escolas e direções regionais, e o suplemento “Ponto e Vírgula”, o DN foi ficando “domesticado”. Com receio de perder esta subvenção disfarçada, o jornal limita-se a reproduzir os comunicados que saem do gabinete do Secretário da Educação.
A mais recente destas peças de propaganda dava conta, em tom triunfalista, de uma redução dos destacamentos.
Ora, quem se recorda de que já foram 400 ou 500, estranha a alegada descida para 355. Tanto mais que as escolas continuam a queixar-se da falta de professores essenciais para assegurar as aulas.
A verdade é que Jorge Carvalho omitiu os professores requisitados, sobretudo para serviços do próprio Governo e da Secretaria que dirige. Fala-se em cerca de 200. Só na Direção Regional de Educação de Marco Gomes serão mais de 100.
Traduzindo: Jorge Carvalho não reduziu coisa nenhuma. Limitou-se a mascarar os números, e o DN aceitou a encomenda sem uma pergunta, sem uma dúvida, sem o contraditório.
E, já agora, mais uma questão: o Secretário Regional de Educação insiste que a falta de professores se deve às baixas médicas mas, curiosamente, a lista de contratação de substituições, publicada a 5 de setembro, apresenta apenas três docentes — dois de Educação Física e um de Matemática.
Três! Leu bem.
Será que só existem três professores a faltar na Região?
Não bate a bota com a perdigota.
Nota do MO: autor, o jornalista influencer sabe perfeitamente que toda a gente escreve para este site, inclusive do partido que defende quando precisam de resolver alguma coisa, porque santos da casa não fazem milagres, mas tem uma missão e para isso conta com uma ignorância propositada. Escreva sem ligar ao detractor da Opinião Pública e da Liberdade de Expressão.
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