Condições indignas: parque habitacional da Queimada - Machico


V imos por este meio, denunciar a negligência institucional do IHM, que tem vindo a colocar em causa, de forma continuada e intolerável, a saúde, a segurança e a qualidade de vida de dezenas de cidadãos que residem neste conjunto habitacional.

Os moradores do Conjunto Habitacional da Queimada têm aguardado pacientemente, durante anos, pela realização de obras de manutenção essenciais, enquanto as condições de habitabilidade se degradam de forma acelerada e alarmante.

As casas deterioram-se a cada dia que passa e a situação já atingiu um patamar insustentável. Estas habitações têm infiltrações graves e bolor a alastrar pelas paredes, varandas com sérios problemas estruturais e vigas metálicas expostas à corrosão e à ação dos elementos.

Também, temos moradores na casa dos 70 e 80 anos a morar em 3º e 4º andar e apesar de existirem portas de elevadores, nunca foram instalados os elevadores. O corredores de acesso às habitações não têm iluminação e são totalmente abertos e onde, sempre que chove, tanto os corredores como as escadas ficam encharcadas, o que já provocou diversas quedas com necessidade de hospitalização.

Perante este cenário, e de forma ainda mais revoltante, nas vésperas das eleições autárquicas, foi enviada uma carta aos moradores por parte de um subempreiteiro a comunicar que os moradores deveriam estar em casa em determinada data para procederem à medição de portas e janelas, com vista à substituição de todos os alumínios e vidros existentes.

Ora, estas medidas, embora apresentadas como solução, levantam sérias suspeitas de constituírem apenas mais uma tentativa de executar obras superficiais e apressadas, com o único objetivo de criar uma aparência de intervenção, sem qualquer resolução efetiva dos problemas estruturais graves que comprometem a vida diária dos residentes.

Apresentamos, em anexo, prova fotográfica inequívoca, recolhida no interior de cinco residências diferentes deste conjunto habitacional, que demonstra, sem margem para dúvidas, as condições indignas em que vivem os moradores do Conjunto Habitacional da Queimada.

Esta realidade é tanto mais inaceitável quando se trata de uma Região que proclama lucros recorde, que anuncia capacidade orçamental para construir novas habitações para os madeirenses, mas que, paradoxalmente, nem sequer assegura a manutenção adequada do património habitacional social já existente.

Os factos são claros: enquanto o Governo Regional encontra disponibilidade orçamental e prontidão máxima para abrir campos de golfe destinados a estrangeiros, continua a negligenciar de forma sistemática os cidadãos madeirenses, que vivem em condições indignas na sua própria terra.

Exigimos de imediato uma vistoria técnica independente, seguida de uma intervenção estrutural profunda, séria e de qualidade, capaz de garantir segurança, salubridade e dignidade habitacional a todos os moradores.

Os madeirenses não merecem ser tratados desta forma, não merecem ser esquecidos e negligenciados nas suas próprias casas, nem sacrificados em nome de interesses externos. O que exigem é simples: respeito, responsabilidade institucional e habitação digna.