Dedicado às vedetas inúteis


A inutilidade das vedetas é um espetáculo curioso e triste. São aqueles que se erguem como faróis de si mesmos, não para iluminar, mas para que todos vejam o seu brilho vazio. Ostentam títulos, sabedorias e supostas conquistas, mas raramente sujam as mãos na prática ou se envolvem no tecido vivo das coisas. É um saber de vitrine: polido, reluzente, mas fechado num vidro espesso, inalcançável e, no fundo, estéril.

Essas figuras vivem de contemplar o próprio estatuto, como se a reverência alheia fosse obra suficiente. Não participam, não criam, não acrescentam; apenas ocupam espaço com discursos vazios e gestos de autoexaltação. E, ao fazê-lo, constroem um território de inércia, um deserto onde nada floresce. Porque quem deveria inspirar, trava; quem poderia abrir caminhos, ergue barreiras; quem poderia ensinar, prefere encenar.

A inutilidade das vedetas está justamente no contraste entre a abundância de palavras e a escassez de ação. Elas confundem reconhecimento com relevância, presença com participação, saber com sabedoria. O resultado é uma paisagem árida: uma comunidade que olha, admira e até inveja, mas que não aprende nem progride. Afinal, não há nada mais inútil do que um saber que não se oferece, uma vaidade que não se converte em obra, um pedestal que não sustenta senão o vazio.

Triste daquele que acreditar num deles, vai pensar que receberá uma contribuição no trabalho de grupo, mas acaba sendo o burro de carga a aturar uma bola de ferro amarrada ao tornozelo. É puro conhecimento inútil à espera de vénias.

A Madeira está cheia deles! Depois de massacrar um grupo sem colaborar, esperam pelo melhor prémio da contenda. Parasitas! Ter destes num grupo é líder que acaba sozinho. Não existe trabalho de grupo com vedetas.