E xiste uma perceção de Direita jocosa com a Esquerda, ela está errada (ambos fazem parte da democracia) e parte de pressupostos que abusam da falta de informação das pessoas. Eu gosto de alternância, um bocadinho de tudo. Aqui na Madeira não há forma do PSD dizer que não tem culpa ao fim de 50 anos, mas tiro o chapéu à capacidade de iludir mesmo que o cidadão viva mal.
O problema de habitação na Madeira, abrange diversas etapas da vida, reflete uma realidade complexa e desafiadora que tem sido amplamente discutida na sociedade e na política da região. Estende-se muito para além da falta de casas para arrendar, tocando em aspetos sociais e económicos que afetam desde o início da vida adulta até a terceira idade.
Os dados do mercado imobiliário confirmam que os custos de arrendamento e compra na Madeira estão, de facto, a um nível que se torna incomportável para a maioria dos madeirenses, especialmente quando se compara com os rendimentos médios regionais. O dinamismo do turismo e o aumento da procura, incluindo a de investidores, impulsionaram os preços, criando um fosso crescente entre a oferta e a capacidade financeira da população local. Esta situação leva a que muitos jovens adiem a saída de casa dos pais ou enfrentem dificuldades significativas para constituir família na sua terra, mas também afeta a formação, vimos agora como a queda das matriculas nas universidades são uma realidade. Há dificuldades no alojamento para jovens, novos casais e famílias.
A problemática estende-se também, de forma crítica, à população mais idosa, onde o acesso a lares se torna um desafio com características próprias.
Custos Exorbitantes: o custo das mensalidades nos lares privados na Madeira são muito elevados para as reformas que temos. Dependendo do nível de cuidados necessários e das comodidades oferecidas, os valores podem variar entre 1.000 € e 3.000 €, ou até mais, por mês, mas nem vou por aí, nada de luxos. Estes valores são, na maioria dos casos, superiores às pensões e reformas dos madeirenses, tornando o acesso a estes serviços impossível para muitos. Algumas vezes os filhos podem ajudar, outra não ou não têm filhos.
Vagas em Lares Públicos: sobre os lares públicos reflete-se uma realidade de escassez de vagas. As instituições de apoio social e solidário (IPSS), que gerem a maior parte dos lares com acordos de cooperação com o Estado, têm listas de espera extensas. A capacidade instalada não é suficiente para a crescente procura de uma população que envelhece, o que limita severamente o acesso para quem não tem meios de custear uma alternativa privada.
Impacto das Reformas: a disparidade entre o valor das reformas e o custo de vida é uma questão central. Muitos idosos dependem das suas pensões para cobrir todas as despesas básicas, e o valor, por si só, não é suficiente para pagar a mensalidade de um lar, mesmo com os apoios existentes.
A crise de habitação na Madeira é um problema sistémico que afeta a vida em todas as suas fases. Desde o jovem aluno que se vai formar, a entrada na vida adulta, a constituição de família, com uma ordem de obstáculos fundamental para a autonomia, até à velhice, com a dificuldade em garantir cuidados dignos e acessíveis.
Quero terminar dizendo o seguinte, há de tudo de facto, mas uma parte das altas problemáticas no nosso hospital é o próprio Governo Regional, sem sensibilidade social e completamente obcecado em negócios pessoais, que o gera desde muito cedo. Os vencimentos são sempre baixos para criar uma sociedade robusta, aliás desapareceram com a classe média. O Governo Regional não governa para a realidade dos madeirense mas sim para estrangeiros e os negócios de construção e imobiliários dos seus amigos, onde aí até existe dinheiro público a infraestruturar investimento privado.
Quando odiar a Esquerda, mesmo sendo de Direita, pense como a alternância alivia as costas. É que a Direita já começou a aumentar as propinas... não têm consciência. Destruíram a classe docente e vão desaparecer também com os alunos. Ninguém tem 55 prédios para esconder.
Acabaremos também em tendas? Vivemos em "low pay".
6 membros do Governo de Montenegro pedem apoio para a renda, nós pedimos a quem?
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