S e alguém ainda tinha dúvidas de que o Chega é uma farsa política, bastava olhar para os candidatos que o partido apresenta em Santana, Porto Moniz e São Vicente. É como assistir a uma feira de vaidades mal organizada, onde os feirantes nem sabem o que estão a vender. Uma miséria política com laivos de comédia barata.
O que o Chega chama de “juventude” é uma anedota cruel. Pior do que a JSD — e atenção, ser pior que a JSD já exige uma incompetência olímpica. Estes jovens não têm ideias, não têm preparação, não têm cultura política nem sequer sentido de ridículo. São um vazio ruidoso, a prova viva de que ignorância, quando organizada em partido, pode vestir gravata e falar de “mudança”.
Francisco Gomes, num acesso de ingenuidade suicida, decidiu abrir a boca para dizer que o Chega Madeira tem juventude. Pois olhe, mais valia ter ficado calado. A cada palavra que sai, cava mais fundo o buraco onde devia meter-se e não sair mais. É como se o partido tivesse decidido lançar ao palco um elenco de aprendizes sem guião e sem noção, convencidos de que a política é só berrar “chega” e posar para a fotografia.
A Madeira que se cuide. Porque se o futuro político da região passa por esta geração do Chega, então é caso para começar a rezar já. Rezar para que a mediocridade não contagie, rezar para que a política não seja reduzida a espetáculo circense de ignorância, rezar para que um dia alguém se lembre que servir a comunidade exige mais do que fazer eco dos berros de André Ventura.
O Chega Madeira não é juventude, não é alternativa, não é sequer oposição. É um cadáver político mantido artificialmente vivo à sombra de Ventura. No dia em que o “chefe” se for embora, o que restará na Madeira é pó, silêncio e a memória constrangedora de que um dia alguém acreditou que estes jovens eram políticos.
No fundo, o Chega Madeira é isso mesmo: um erro coletivo de casting, uma piada sem graça, um fracasso anunciado.
