N a Madeira, a promoção não é pelo mérito, é pela arte do “sim senhor”. Quanto menos ideias próprias tiveres, melhor. Quanto mais incompetente, mais hipóteses tens de ser recompensado. É um sistema perfeito: garante que os medíocres estão sempre no palco, e os competentes fechados nos bastidores.
Exemplos? Ora vejamos.
- Eduardo Jesus, sempre com aquela pose de guru-turista, um homem que parece estar constantemente a descobrir o turismo como se fosse a roda.
- Jorge Carvalho, cujo currículo parece ser a arte de ocupar cargos sucessivos sem nunca deixar rasto de ideias próprias.
- Elsa Fernandes, que na Universidade da Madeira conseguiu a proeza notável de ser professora de Matemática sem… alunos. Mas não faz mal, porque o tacho político compensa a falta de turmas, uma espécie de carreira paralela onde a matemática não se mede em números, mas em contactos.
E a lista não acaba aqui, assessores que aparecem do nada, diretores de serviço cujo maior talento é a bajulação, deputados que só sabem levantar a mão na hora certa. É uma máquina bem oleada para premiar a obediência e sufocar a competência.
E depois há o outro lado. Os verdadeiros competentes, os que sabem pensar, propor soluções, criar algo de novo… esses ficam nas traseiras. Não sobem, não brilham, não recebem convites para inaugurações. Porque pensar pela própria cabeça, aqui, é quase um crime. Os que realmente têm ideias, soluções e coragem… esses ficam sempre para trás.
É essa a grande ironia madeirense, se queres cargos, sê medíocre; se queres resolver problemas, esquece a carreira. Na verdade, quando precisamos mesmo de soluções, não é aos premiados que vamos bater à porta, é aos "invisíveis", os que nunca foram promovidos justamente porque sabem o que fazem.
No fundo, é um sistema que garante que os incapazes estão sempre no palco, enquanto os capazes trabalham nos bastidores a apagar os fogos que os outros acendem. É a versão insular da seleção natural… ao contrário.
Na Madeira, a seleção natural funciona ao contrário: sobrevivem os fracos, e os fortes são descartados. É o único sítio onde a incompetência é currículo e a subserviência, uma medalha.