POSEI... pois é, o fim dos superlativos.


Tudo está caríssimo, mais caro do que no centro da Europa e temos o POSEI, junte-se a habitação e saberá que este Governo não governa para madeirenses, só para amigos. O fim do POSEI mostrará a pobreza escondida na Madeira.

A união europeia quer extinguir o POSEI, um subsídio destinado às regiões ultraperiféricas relacionado com a agricultura e pescas. Serão menos 70 milhões de euros que a Madeira irá receber. A extinção do POSEI implicará a perda de apoios dados pelo governo, encarecendo a vida de todos nós, pois toda a gente vai ao supermercado. Embora seja uma péssima notícia, tem um lado bom: se calhar vai abrir os olhos de alguns que ainda se julgam o povo superior e quiçá mudem o seu sentido de voto, visto que este governo será o destruidor desta ilha.

Vejamos: construção como se não houvesse amanhã, terrenos cultiváveis e bem localizados vendidos a preço de ouro para essa mesma construção, tudo devido aos preços exorbitantes com que se vende e compra, a necessidade urgente de criar estacionamentos e novas estradas de modo a tentar fluir o trânsito intenso proporcionado por rent a car, que surgiram como cogumelos no outono.

Ora, tudo isto implicará o seguinte: não havendo terrenos cultiváveis em zonas de fácil acesso, restarão parcelas de terrenos em zonas de difícil acesso e que por isso ficarão ao abandono, na medida em que ninguém quererá ir cavar, plantar e recolher num lugar em que nem sequer uma máquina poderá levar para ajudar no trabalho. Alguém se atreverá a praticar agricultura à beira do abismo?

Na Madeira já pouco se cultiva e jovens agricultores são poucos. Restam os velhos que ainda fazem alguma coisa. Perdendo os subsídios, desistem. Não havendo oferta, a procura aumenta, encarecendo os bens essenciais. Por exemplo, atualmente a batata doce anda entre os 3 e os 4eur. Sem subsídio preparem-se para a comprar a 5eur ou mais. Pior será quando o turismo decrescer. Haverá casas vazias que não darão rendimento aos proprietários e estes olharão para trás e pensarão: se ainda tivesse aquele pedacinho de terra!...

Lembrem-se: ninguém come betão.