Chegará a era dos queques no Governo?
O PSD governa com/para amigos, elites e seus empresários, um bando de carros pretos, queques e elites, que em posse do poder, estão deslocados da Madeira real e num desvario que coloca o dinheiro público a financiar os seus hobbies, já não é só ralis. Só dá conversa de queques.
Quando o senhor Paulo Sousa vem a público afirmar que “a Madeira precisa de 5 campos de golfe”, só há uma coisa a dizer: isto é um insulto aos madeirenses que vivem todos os dias com problemas bem mais urgentes do que relvados de luxo para turistas de elite. O GR governa para quem? O madeirense que acorde de vez.
A Madeira não precisa de 5 campos de golfe. A Madeira precisa de:
Habitação digna, os preços da habitação dispararam. Muitos jovens não conseguem sair de casa dos pais. Famílias vivem com rendas insuportáveis face aos salários. Há famílias e idosos despejados, os estudantes universitários não conseguem pagar alojamento para estudar. O investimento público devia ser canalizado para construção e reabilitação habitacional acessível, não para relvados que consomem milhões e são insustentáveis. E falta 5 helicópteros para os magnatas não esperarem muito?
A Região continua a ter listas de espera inaceitáveis para cirurgias e consultas. Há carência de médicos especialistas e de recursos básicos nos centros de saúde. Cada euro desviado para projetos supérfluos é um euro a menos para reduzir o sofrimento real dos madeirenses.
Salários e emprego jovem, o turismo cria riqueza, mas os salários continuam baixos e a precariedade alta. Em vez de campos de golfe, seria mais urgente investir em diversificação económica, formação e emprego qualificado.
Mobilidade e transportes, quem vive fora do Funchal enfrenta problemas sérios de transportes públicos. Em vez de 5 campos de golfe, porque não 5 novas linhas de autocarros frequentes e acessíveis? E ferry, não é preciso para nada?
A Madeira já enfrenta desafios ambientais sérios, os campos de golfe e piscinas para todos são erros de sustentabilidade, é preciso mais investimento na prevenção do risco de incêndios, falta ordenamento do território, há pressão sobre os recursos hídricos. Falta tratamento de águas residuais, é uma vergonha o que se passa, demasiada gente faz as ETARs despejar efluentes não tratados. Campos de golfe são projetos de altíssimo consumo de água e químicos, totalmente contrários à preservação da natureza madeirense.
Quem defende 5 campos de golfe mostra-se alheado da vida real da população, segue o líder para manter o estado de graça e está-se a "cagar" para os outros. Para um madeirense comum, 5 campos de golfe representam luxo inútil, enquanto o salário não chega ao fim do mês, a consulta no hospital atrasa um ano e a renda consome metade do ordenado... com sorte! Já entramos na era da habitação inacessível para madeirenses.
É uma vergonha esta típica política de vitrine, grandes anúncios, turismo de elite, mas os problemas estruturais continuam por resolver... se a Madeira quer ser um destino turístico sustentável e justo, tem de começar por cuidar das pessoas que aqui vivem. E a verdade é simples, não há campo de golfe que compense a falta de médicos, de casas acessíveis e de salários dignos.
Cinco campos de golfe significam milhões de euros em investimento público, litros e litros de água para manter a relva impecável (em plena crise climática), hectares de solo ocupado para estrangeiros jogarem umas tacadas. Enquanto isso, os madeirenses que trabalham no turismo mal conseguem pagar a renda para viver perto do local de trabalho. Mas sim, claro, o problema prioritário da Região é não ter 18 buracos suficientes para impressionar ricos.
Os campos de golfe, no máximo, mudam a vida de meia dúzia de empresários e dos seus convidados VIP.
O eleitorado madeirense tem culpa disto. E o desporto Rei é o futebol.
