Anti Cooperativas


A lguns partidos encaram as cooperativas como uma solução milagrosa para os problemas habitacionais. No entanto, a experiência histórica demonstra que essa visão é excessivamente otimista: muitas cooperativas acabam por se desativar antes de alcançar os seus objetivos. As razões são evidentes e aplicam-se tanto ao Estado como às demais associações. Não há garantias de que os membros eleitos para os cargos sociais possuam conhecimento técnico adequado ou que não venham a utilizar a posição para benefício próprio.

É verdade que, em regra, existe um órgão fiscalizador — o conselho fiscal — mas este costuma ser eleito com o apoio ou conivência do próprio conselho de administração, o que compromete a sua independência.

Se o presidente da cooperativa entende do setor da construção, por que razão trabalharia gratuitamente para terceiros? Se possui esse conhecimento, é provável que tenha a sua própria empresa. E, justamente por dominar o negócio, sabe como contornar os cooperadores. Por outro lado, se não tem experiência na área, acabará por desperdiçar tempo — e tempo é dinheiro — sendo frequentemente enganado, o que contribui para o aumento do custo final da habitação. Se há regra na construção civil, é que todos, mais cedo ou mais tarde, acabam sendo enganados.

Além disso, é inegável que a gestão de uma cooperativa exige tempo e dedicação dos seus dirigentes, que se reúnem pelo menos trimestralmente. É natural, portanto, que haja algum tipo de retribuição financeira. Assim, o que se poupa em lucro empresarial acaba por ser gasto em remunerações dos órgãos sociais, em instalações e em custos administrativos. Por essa razão, o preço final de uma habitação cooperativa tende a não diferir significativamente do de uma habitação convencional.

Vejam bem os dirigentes da Atlantidomus (cuja presidente da Assembleia Geral era a atual secretária regional da educação, Elsa Fernandes) - link para comprovar, parecem pessoas com experiência de vida no sector da construção? (O presidente do conselho diretivo está-se a candidatar à junta de freguesia do Santo da Serra… adivinhem qual o partido!) - link para comprovar. Já agora veja os membros dos outros órgãos sociais.

Por estas razões discordo veementemente de dar benefícios a cooperativas: o PDM tem que ser igual para todos.

Parece-me absurda a posição do LIVRE que quer mandar no que é de outros. Devemos ser livres de entrar numa cooperativa para ganhar dinheiro, desde que não prejudiquemos os outros cooperadores:

O problema do LIVRE é que não quer deixar o “ser humano”, ser “humano” (leia-se zelar pelos seus próprios interesses pessoais).