Tenho seguido com alguma atenção a discussão sobre o metro de superfície em DN.
S egundo o Copilot, as “Estimativas gerais de custo por km de metro de superfície em Portugal continental (ex. Porto, Almada, Gaia): os custos têm variado entre 10 a 25 milhões de euros por quilómetro, dependendo da complexidade da obra (viadutos, túneis, expropriações, etc.). Na Europa Ocidental, em cidades com orografia mais simples, os custos podem rondar os 8 a 15 milhões €/km. Em cenários complexos (ilhas, zonas montanhosas): podem ultrapassar os 30 milhões €/km, especialmente se forem necessárias soluções técnicas como viadutos ou túneis”
Como estamos na Madeira e sabemos como as coisas se passam, utiliza-se o valor máximo. Estamos a falar de 210 milhões de euros se o metro for do centro do Funchal à Quinta Splendida, e de 360 milhões de euros se for até ao centro de Santa Cruz.
A população do Caniço é de 24 mil pessoas, logo este investimento é o equivalente de dar 8750€ a cada residente do Caniço.
Se fosse até Santa Cruz, adicionava-se as populações de Gaula e Santa Cruz (freguesia), 35 000 residentes. O custo seria de 10 285€ por residente.
Mas atenção nem toda a população estaria disponível para ir de metro. De acordo com o Copilot “a Distância média aceitável para deslocamento a pé:
- Até 1 km: geralmente considerada uma distância curta e aceitável para caminhar diariamente.
- Entre 1 e 2 km: ainda viável para muitos trabalhadores, mas começa a depender de fatores como clima, segurança e horário de trabalho.
- Acima de 2 km: tende a ser vista como excessiva, especialmente se o trajeto for feito duas vezes por dia, em horários noturnos ou em zonas com pouca infraestrutura pedonal
Para planeamento de redes de transporte ou propostas como o metro de superfície, é comum considerar:
- 500 a 800 metros como raio ideal de cobertura pedonal para estações ou paragens.
- Até 1 km como limite máximo razoável para garantir acessibilidade sem necessidade de transporte complementar”.
De acordo com o Copilot, “o Caniço de Baixo é uma zona costeira bastante urbanizada e turística, com elevada densidade habitacional, mas representa apenas uma parte da freguesia. Estimativas locais não oficiais apontam para cerca de 3.000 a 5.000 residentes, dependendo da definição geográfica usada (algumas incluem zonas como os Reis Magos ou a Assomada)”.
Quer dizer que no final, o investimento de 210 milhões de euros só beneficiaria entre 3000 a 5000 pessoas, caso no Caniço de Baixo a distância até à estação de metro fosse inferior a 1km (o que é falso, a distância é muito superior). Logo, segundo o Copilot no máximo só beneficiaria 3 500 pessoas a 4 500 (o que dá um custo por habitante entre 46000 a 60000 €, o suficiente para comprar um carro a cada um dos residentes).
Mas repare-se, nem todos trabalham no centro do Funchal, logo os habitantes que beneficiariam do metro é inferior.
Assim, para alimentar o metro de superfície seria necessário uma rede de autocarros (que atualmente não existe) e um grande parque de estacionamento (que não sei onde se poderia implantar). Se assim é, mais vale seguir a proposta do MPT: três parques de estacionamento gratuitos à entrada da Cidade do Funchal com transfer gratuito, assim como transportes públicos gratuitos.