O futuro presidente do PS-M: a solução está no caos?


V ive-se um festival de especulações sobre quem será o futuro presidente do Partido Socialista na Madeira (PS-M). Mas, atenção, esta discussão não se restringe apenas a um jogo de egos e votos. Não, senhor! Estamos a assistir a uma verdadeira produção de artigos de opinião, que ora surgem assinados pelos próprios candidatos, ora encomendados por estes mesmos. É um clássico: quando a democracia interna começa a ser uma batalha de "quem tem mais influência" e "quem tem mais amigos", a verdadeira ideologia passa para segundo plano.

O meu contributo para este cenário de confusão e especulação? Bem, vou ser sincero: o PS-M só tem futuro se o próximo presidente for, de facto, alguém pró-PPD/PSD. Sim, estou a falar de um candidato com "conhecimento de causa", aquele que já sabe como funcionam as máfias na Madeira e tem uma vasta experiência no trato com negócios ilícitos que podem estar à vista de todos, mas que ninguém se atreve a comentar abertamente. Este tipo de "experiência" não só facilita a navegação nas águas turvas da política madeirense, como também pode atrair um eleitorado que, por acaso, vota sempre no PPD/PSD, mas que, quem sabe, poderá sentir-se confortavelmente tentado a votar no PS-M pela primeira vez. Vai que... Quem não arrisca, não petisca!

Ora, se o futuro presidente do PS-M for realmente alguém que, durante as campanhas eleitorais anteriores, fez questão de brilhar pela sua ausência, então estamos no bom caminho. Se o candidato em causa foi um daqueles que, quando o seu nome não constava da lista, decidiu meter-se na campanha… mas do lado contrário, contribuindo activamente para a destruição do próprio partido, então aplaudo! Um verdadeiro anti-herói, aquele que, ao destruir o partido, prova a sua coragem, porque se há coisa difícil, é destruir algo que se ama. Este é o tipo de "estratégia" brilhante que tem tudo para nos levar ao fracasso absoluto e, por conseguinte, a uma eventual redenção, ou quem sabe, a uma vitória total. Genial!

O futuro presidente do PS-M, claro, deve ser um homem com um ego gigantesco, daqueles que só pensa em si, nos seus interesses pessoais, familiares e profissionais. Ah, e sim, muito importante: no fim da lista de prioridades, põe, no máximo, os militantes e simpatizantes do PS-M, como quem pisca os olhos à galeria, mas sem realmente se importar com ela. No topo, sempre ele, o messias da Madeira, com uma visão de grandeza e um poder só comparável ao de um imperador moderno. Este é o tipo de liderança que precisamos! Para quê um líder que se preocupe com a base quando podemos ter alguém que se sente superior, como um verdadeiro monarca do reino político? O que seria da política sem esta aura de realeza e grandiosidade? Melhor do que a monarquia inglesa, só mesmo um Partido Socialista “bem tratado”.

Este futuro presidente tem também de ser um estratega – um verdadeiro mestre das tácticas mágicas para ganhar eleições. Algo como um alquimista, que sabe conjugar votos, promessas vãs e a capacidade de se esconder atrás de um ecrã, evitando discussões públicas e debates. Não há nada mais elegante do que evitar confrontos quando se sabe que o conteúdo da conversa não será do seu agrado. Que perfeito exemplo de coragem: fugir das batalhas, mas com o peito insuflado de um herói em retiro. Uma pessoa assim, quando se ofende, sente-se ofendida pelas ofensas que proferiu, e ainda por cima queixa-se de quem ousou contestá-lo. Uma jogada espetacular. Como se fosse um artista da comédia, mistura o ridículo com a tragédia de uma forma que poucos conseguiriam igualar.

E por último, o presidente do PS-M deve ser alguém que não tenha uma visão socialista. Aliás, esqueçam isso de ser socialista! Se for um liberal, conservador ou capitalista com manias ditatoriais, já é meio caminho andado. Alguém que acredita piamente que o poder absoluto é a única forma de governar, e que, mais do que governar, deve reinar. Este tipo de liderança "forte" pode ser a chave para, finalmente, trazer o PS-M para a era moderna, uma era em que o partido se adapta ao sistema e não o contrário.

Aos cépticos que pensam que o PS-M precisa de um líder com princípios, com compromisso com a justiça social ou com uma visão progressista, digo: preparem-se para ser surpreendidos. O futuro do partido talvez dependa de alguém que tenha a capacidade de navegar nos mares turbulentos da política madeirense, não com a bússola da ética ou da moralidade, mas com a ousadia de quem está disposto a fazer tudo pelo poder.

Eu, pela minha parte, aposto neste tipo de futuro. Afinal, se não podemos vencer pela competência, que vençamos pelo caos. O PS-M precisa de um líder que seja, antes de mais, um artista da manipulação, alguém que saiba virar a mesa e ganhar o jogo do poder, mesmo que isso implique jogar contra os seus próprios aliados. O futuro é incerto, mas uma coisa é certa: com uma liderança destas, não há como falhar… ou, pelo menos, é mais divertido ver onde isto vai dar. Quem sabe, talvez a salvação do PS-M passe por uma boa dose de ironia, cinismo e um ego absolutamente insuflado.

Ou será que não?