N os bastidores da política portuguesa há sempre uma empresa pronta a “melhorar a comunicação”. Chamam-lhe spin…, mas o termo certo seria “maquilhagem institucional”. São aquelas empresas que, discretamente, ajudam a transformar más decisões em boas histórias e escândalos em “mal-entendidos”.
E agora, como por acaso, o nome Spinumviva começa a circular.
Ligada ao poder central, próxima do partido do governo nacional, especializada em dar brilho às estruturas cansadas. E a pergunta, inevitável, começa a ganhar forma: será que a Madeira também é cliente?
Porque seria conveniente.
Num momento em que o arquipélago vive mergulhado em suspeitas, investigações e processos que teimam em rebentar antes das eleições, não há melhor investimento do que um bom spin doctor — alguém que saiba transformar lama em corrupção em “ataque político”.
Mas o problema é sempre o mesmo, quem paga?
Porque, na Madeira, há um talento especial para confundir dinheiro público com fundo partidário.
E se, de repente, uma empresa de comunicação nacional começar a prestar serviços na Região, convém garantir que o pagamento não sai do bolso do contribuinte — já chega o que sai em contratos obscuros, assessorias redundantes e parques de estacionamento “militares”.
A verdade é simples: onde há spin, há fumo.
E onde há fumo, há sempre alguém a tentar tapar o cheiro. Se a Madeira precisa de alguma coisa, não é de consultores de imagem — é de consultores de consciência. Porque já não basta vender estabilidade; é preciso, finalmente, praticar decência.
Chegam as empresas de “comunicação” para maquilhar o que fede a compadrio. Chamam-lhe estratégia, mas parece lavagem — de imagem e de consciência. O Eduardo Jesus sabe bem disto….