O subsídio fantasma e a comédia dos CTT


As companhias aéreas têm toda a razão de não querer receber do Estado.

Senhor Miguel Albuquerque, senhor Eduardo Jesus, parabéns. Conseguiram transformar o subsídio de mobilidade — um direito dos madeirenses — numa verdadeira piada de mau gosto.

O s CTT, essa maravilha da eficiência nacional, agora dizem que não têm dinheiro para devolver o que é do povo. Que pena, não é? Uma empresa pública, a serviço do Estado, sem fundos para pagar o que o Estado prometeu. É quase comovente. E o senhor, Sr. Albuquerque, vem dizer o quê? Nada. O silêncio cúmplice de quem acha que os madeirenses têm memória curta e paciência infinita.

Sr. Eduardo Jesus, o “secretário da mobilidade”, ironia das ironias, devia talvez mudar o nome do cargo para “secretário da imobilidade”, porque com esta trapalhada ninguém se move, a não ser para reclamar. E quando reclamam, recebem respostas dignas de teatro: “os CTT estão a tratar disso”, “há um atraso”, “não há verba”. Pois claro, a velha cassete do desgoverno.

Mas digamos as coisas como são: isto é gozar com os madeirenses. É roubar-lhes o tempo, o dinheiro e a paciência. É transformar um direito em esmola, e depois ainda exigir gratidão.

Enquanto isso, os senhores continuam nas conferências de imprensa, a prometer “estabilidade”, “investimento” e “proximidade”. Tudo palavras bonitas, pena que nenhuma delas pague a passagem de avião.

Os madeirenses não precisam de discursos nem de selfies em aeroportos. Precisam que o dinheiro que é deles lhes seja devolvido. Ponto. E se os CTT não têm dinheiro, então alguém andou a brincar com as contas. E nós sabemos muito bem quem gosta de brincar com o dinheiro público nesta terra.

Portanto, senhores, deixem-se de tretas. Porque a única coisa que está a voar neste momento não são os madeirenses, é a vossa credibilidade.