Resposta aos comentários... a mentira do “Excesso de Turismo”


H á quem insista que a Madeira está “saturada de turistas”. Não está. O que está saturado, até ao limite da comédia, é o desfile de argumentos vazios, pseudo-ambientalistas de teclado e populistas desesperados que precisam de inventar crises para se manter relevantes. O mito do “excesso” não resiste a uma única regra básica: olhar para a realidade sem histeria. A ilha não colapsa, não está congestionada de ponta a ponta e não vive numa distopia turística. O que existe são pontos específicos com maior procura em horas previsíveis, exatamente como em qualquer destino turístico de sucesso no mundo.

Se “saturação” fosse aquilo que alguns afirmam, não bastaria o Areeiro estar cheio às 11h; teria de estar cheio às 11h, às 14h, às 18h, às 3h da manhã, no Caniçal, no Paul, no Seixal, no Arco de São Jorge e no Curral. Não está. O resto é histeria oportunista. A Madeira recebe 2,23 milhões de hóspedes e 11,7 milhões de dormidas, números respeitáveis, sim, mas muito abaixo dos Açores, das Canárias, das Baleares ou de qualquer destino relevante do Mediterrâneo. A ilha é uma gota num oceano global, e quem fala em “excesso” baseia-se mais em irritação existencial do que em dados.

O mais irónico é que os mesmos que clamam por “alarme” nunca apresentam uma alternativa que não seja varrer a economia para debaixo do tapete. São os profetas da desgraça que pregam sustentabilidade desligando a ficha da energia que paga salários, serviços e investimento público. De um lado, números; do outro, teorias emocionais embaladas em moralismo barato. E depois espantam-se quando a realidade não confirma a narrativa.

A chave é simples: onde há maior procura, criam-se soluções. Parques multipisos, horários escalonados, melhor gestão de fluxos. Isto é planeamento. O resto é populismo mascarado de consciência ecológica. O turismo não destrói a Madeira; o que destrói a Madeira é a preguiça intelectual de quem prefere gritar “já chega!” em vez de pensar.

A verdade é que não há excesso de turismo. Há, isso sim, excesso de gente que precisa de um inimigo imaginário para justificar a própria frustração. A Madeira não tem um problema de visitantes — tem um problema de narrativas inventadas. E talvez esteja na hora de dizermos isto com toda a clareza: não é o turismo que incomoda; é a realidade que contraria quem vive da ficção.