Sempre os mesmos à volta do poder.

 

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751.000,00 (setecentos e cinquenta e um mil euros) é o valor acrescido de IVA que a empresa Marina Baía do Funchal SA. apresentou por base anual na proposta de contrato de concessão que determinou um pagamento inicial à APRAM de 500,000,00€ (quinhentos mil euros). Uma fasquia muito alta, e que leva todos a interrogarem-se sobre se isto é de facto é exequível, a começar pelos próprios utilizadores da marina…

E u diria que tudo isto é caro se pagarem, os amigos do governo têm tendência a não pagar, aconteceu nos portos, no Tecnopólo, etc. Depois usam os tribunais e pagam uma bagatela. O que temos a fazer é levar à boa fé, por isso 751.000€ efectivos.

Não se esqueçam que, a par disto, também estão para tomar posse dos estabelecimentos "Verdinho" e Vermelhinho" na Avenida do Mar, no âmbito da CMF. Falamos da zona, claro que o monopólio dos bares e restaurantes se alastra pelo Funchal

O valor de concessão anual de $751.000,00$ €, mais IVA, com um pagamento inicial de $500.000,00$ €, é uma fasquia extremamente alta que cria uma pressão financeira enorme sobre a concessionária, a Marina Baía do Funchal S.A.. Muitos não gostam de concentrar os ovos debaixo da mesma galinha, como empregar a família na mesma empresa, se bate o infortúnio não há forma de resolver ou diluir. De ter um só cliente... depois começa o "terrorismo" tipo Ryanair. Reparem nisto, se o Grupo Café do Teatro conseguir dominar a parte de restauração e cafetaria da Marina (quase metade dos 32 espaços), estará, na prática, a "aliviar o pesado fardo" da concessionária. Para a Marina Baía do Funchal, ter um único grande grupo com capital e experiência comprovados (o Grupo Café do Teatro) a ocupar vários espaços, pode parecer uma solução de menor risco para cumprir o prazo de 12 meses e garantir o retorno do investimento astronómico da concessão. Mas também um entalanço brutal se falha... 

Penso que na pratica serão de novo espaços onde o madeirense se ausenta. A consequência direta é o provável aumento dos preços dos sub-arrendamentos/cessão de exploração, que já está a afastar os "anteriores empresários". Este é um mecanismo de mercado que, embora "concorrencial" no papel, na prática favorece esmagadoramente o grupo com maior poder financeiro, levando a uma oligopolização ou mesmo um monopólio de facto nos pontos nevrálgicos da cidade. Depois tudo isto se reflete nos preços ao consumo.

Estamos permanentemente nas monoculturas, monopólios e oligopólios, isto não vai dar certo, a consanguinidade contínua gera problemas de saúde na economia e no regime. A concessão de espaços públicos valiosos por via de concursos de alto valor, que só podem ser vencidos por um número restrito de players, e a subsequente concentração desses espaços num só grupo, levantam preocupações sobre a equidade no acesso ao negócio e a independência da economia local face a interesses muito centralizados.

O Grupo Café do Teatro está a ser o veículo para que a concessionária atinja a rentabilidade exigida pelos altíssimos valores do concurso. O preço a pagar é a diversidade comercial e a saída dos pequenos empresários da Marina, enquanto a perceção de ligações políticas e monopólio continuam a pairar sobre o processo.