Segurança nas levadas: responsabilidade inadiável do Governo Regional


A promoção turística da Madeira como destino de montanha e levadas não é apenas uma questão de marketing, é um compromisso com a segurança dos visitantes. Não faz sentido algum o Governo Regional continuar a apresentar trilhos perigosos como atrações de excelência, enquanto negligencia investimentos essenciais em infraestruturas, sinalética e manutenção. É moral e politicamente inaceitável culpar turistas por se perderem nas nossas serras ou enfrentarem riscos previsíveis.

A realidade é simples, muitos trilhos estão mal conservados, sinalizados de forma insuficiente e expostos a acidentes evitáveis. As consequências são evidentes, incidentes frequentes, operações de resgate arriscadas e danos reputacionais que minam a confiança de quem visita a Madeira. É aqui que a responsabilidade política deve ser clara e intransigente. Quem promove tem a obrigação de proteger, e não há retórica populista ou regionalista que possa justificar o contrário.

O debate sobre o “uso do cimento” e materiais de reforço em percursos pedestres é revelador, enquanto certos grupos ambientalistas e setores da oposição preferem dogmas ideológicos ao invés de soluções práticas, a verdade é que a segurança deve sobrepor-se a preconceitos. Cimento, corrimãos, passadiços e sinalética reforçada não são símbolos de agressão ambiental, mas medidas de prevenção que salvam vidas e consolidam a imagem do destino.

Negligenciar estas medidas é aceitar acidentes previsíveis, culpar inocentes e perpetuar a visão estreita de um turismo para poucos, pouco seguro e elitista. O Governo Regional tem o dever imediato de investir, proteger e modernizar os trilhos, garantindo que cada visitante percorre as nossas levadas com confiança. A Madeira não pode continuar a ser um destino de risco; deve ser um exemplo de segurança, planeamento e responsabilidade.

Não se trata de controlo ou proibição; trata-se de civilidade, prudência e coerência política. Se promover trilhos, deve proteger trilhos. Se quer turismo sustentável, deve assumir compromissos claros. E se pretende respeitar os visitantes, deve garantir-lhes percursos seguros, sinalizados e acessíveis. O resto é retórica vazia, que os cidadãos e turistas já não aceitam.