![]() |
| "Nem água"... o madeirense vai pagar a mais e consumir a menos para dar ao golfe! |
O “mal menor” não é estratégia.
Estão a tratar os madeirenses como mentecaptos.
M iguel de Sousa é o mentor do argumentário do Governo Regional relativamente à loucura dos campos de golfe? Volta a repetir-se, com prosa cuidada, o argumento oficial do Governo Regional, o golfe como opção inevitável, neutra e benigna. Diz-se que não retira um euro à habitação, à saúde ou à ação social. Nem água. É uma afirmação confortável e profundamente incompleta. O madeirense vai pagar milhões para infraestruturar campos de golfe para depois entregar a privados?
Governar não é apenas decidir onde se gasta dinheiro. É decidir onde se colocam recursos escassos, como o solo, água, infraestruturas, prioridade política. Numa região pequena, densamente ocupada e com muita área montanhosa (e cada vez mais pressionada), fingir que não existem custos de oportunidade é recusar o debate essencial.
O golfe pode não constar de uma rubrica orçamental social, mas ocupa território, valoriza solo, canaliza água e exige investimento público indireto. Tudo isto tem impacto real na habitação, na agricultura e na vida das comunidades. Negar essa relação não é rigor, é conveniência. Então a construção retira terrenos aráveis e encarece os mesmos e agora o Golfe também disputa vastas áreas? Mas estão todos loucos?
Repete-se também o velho slogan do “turismo de qualidade” quando está cada vez mais rasca! Sem nunca se quantificar o que realmente fica na Região, que empregos cria, que salários paga e que dependências aprofunda. Qualidade não se mede por adjetivos, mede-se por resultados duradouros.
Mais grave é a falsa dicotomia, ou golfe, ou abandono. Em não me deixo aprisionar por esses esquemas mentais, tenho mente aberta e dois olhos. Como se uma Região Autónoma fosse incapaz de pensar alternativas, uso misto do solo, habitação pública, agricultura moderna, turismo de natureza, soluções reversíveis e adaptadas à escassez hídrica. Reduzir o futuro a uma única opção não é realismo; é pobreza de imaginação. Ainda por cima Golfe como de pão para a boca. Os madeirenses estão a ser altamente gozados!
Aceitar o “mal menor” como estratégia pode tranquilizar quem decide. Mas não responde à pergunta fundamental: se governar a Madeira é tão difícil, porque é que continua tudo a ser decidido como se fosse fácil demais?
A Madeira precisa de alternância! O madeirense está-se a "matar"!
Lamento que o JPP diga que não é contra os campos de golfe, só é contra as prioridades (link). Portanto construa-se campos de golfe à vontade que basta dar um rebuçado ao povinho e ao JPP. Que prioridades tem a JPP no ordenamento do território? E a sustentabilidade hídrica? Vergonha!
