J unto ao Centro de Receção “Casa do Sardinha”, na Ponta de São Lourenço, fechado há 2 anos, está um privado com a exploração de um bar, pelo que sei, este privado quer aumentar a sua concessão transformando este centro de interpretação do IFCN em restaurante.
Vamos a um pouco de história contratual:
A Casa do Sardinha foi construída a mando de Manuel Bettencourt Sardinha (depois de construído o Cais de Abra em 1905) com o intuito de lhe servir como lugar de refúgio e de férias. Passada por entre gerações, em 1996, a sua neta, D. Françoise Delput, vendeu-a à Região Autónoma da Madeira, sob a condição do espaço servir os interesses da conservação dos valores naturais deste sítio.
Desde então esteve a funcionar como posto de Observação e Vigilância até 2009. Mas dado o elevado número de visitantes e objetivando a existência de uma população ainda mais informada, interventiva e capaz de usufruir, quer do ponto de vista do lazer quer do ponto de vista económico, de forma equilibrada com os bens naturais, em 2010 este espaço foi totalmente remodelado e aberto ao público como Centro de Receção Casa do Sardinha.
Poucos anos depois, junto ao centro “nasceu” um bar, depois dois decks em madeira junto ao cais (horríveis, desvirtuando completamente aquela praia). Em primeiro lugar, quem fica com a concessão destes espaços no mínimo devia respeitar a natureza ajudando na conservação da mesma, arranjar e proteger as caminhadas envolventes como o P.R. 8, interdito há anos, onde na mesma os turistas fazem este percurso e outros caminhos alternativos espezinhando a fauna endémica ali existente (algumas únicas na região) e onde normalmente acontecem os acidentes.
Em segundo lugar, o senhor presidente do IFCN Manuel António Filipe, em vez de vir para a televisão armado em político e dizer que o IFCN não tem recursos financeiros, humanos e materiais para arranjar os percursos, limpeza e conservação da natureza, seja pró-ativo e honre a cadeira onde se senta. O IFCN deveria ser a instituição a explorar estes espaços (bar/refúgios de montanha) em zonas de Parque Natural e não “dar” a privados. Ainda existem alguns lugares que pode fazer, por exemplo a Casa da Bica da Casa, Lombo do Mouro, Caramujo. Com reconstrução simples e, com o retorno financeiro, poderá contratar mais vigilantes da natureza, limpeza de percursos etc. Fazer mais promoção dos viveiros do IFCN (alguns nem a morada tem no site), para as pessoas comprarem plantas e árvores típicas da região etc.
É o que dá ter um político em frente de uma instituição destas... vergonha...
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