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Recorte do DN-M de 25-8-2022 |
A oposição deveria se apresentar com moral e ética.
Ao invés, o jornalista partidário arranja sarna
para os holofotes serem colocados na oposição.
Sempre a mesma tática perante os permanentes
erros da oposição.
F oi com pouca surpresa que se ficou a saber que o PS liderava o “ranking” de faltas no Parlamento Regional. 73% do total das faltas dos parlamentares durante esta legislatura pertenciam a deputados do PS Madeira. Os números são reveladores da condição amorfa a que ficou votado o maior partido da oposição, principalmente após a saída de Cafofo e Iglesias.
A qualidade da democracia Regional, já de si diminuta pela forma como o CDS se transformou num tapete para o PSD, teve no JPP o verdadeiro líder da oposição. Com 3 deputados apenas, foram os “verdinhos” que marcaram o tom da oposição, estabelecendo uma agenda de combate e fiscalização ao Governo PSD/CDS, que obrigou o executivo a ter de reagir por diversas vezes. Pelo menos deram nas vistas e trouxeram pesquisas e fiscalização do nosso interesse, o dos eleitores. Não mais do que uma vez, presenciei um PS “atrelado” aos temas que o JPP colocava na agenda mediática. Da Saúde à Agricultura, etc. foram muitas as iniciativas produzidas pelo partido nascido em Santa Cruz e aos quais o PS se agarrou.
O exemplo da Saúde... a realidade dos números das listas de espera na Saúde na Região só foi possível conhecer através do trabalho do JPP, que não teve receio de recorrer aos tribunais para obter a documentação que o Governo Regional teimava em não entregar. Hoje sabemos que temos mais 118 mil atos médicos em lista de espera na Região porque os tribunais obrigaram o SESARAM a divulgar os dados pedidos pelo JPP. Outro exemplo foi o diploma introduzido pelo JPP para a garantir na RAM a introdução dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos no SRS, mais um assunto em que o PS andou a reboque do JPP.
A Saúde talvez seja a face mais visível da incapacidade do executivo de Albuquerque, numa legislatura marcada pela pandemia, mas houve mais “luta” oferecida pelos 3 deputados do JPP que se registaram na memória. Desde o diferendo que opõe os bananicultores à GESBA/Governo Regional, a dossiers como a redução do IVA ou a “Estrada das Ginjas”, todos os temas abordados pelos “verdinhos” se destacaram pela importância que têm na vida e dia a dia dos madeirenses. Problemas esses “perdidos” por entre a gritaria e má educação dos deputados das duas maiores bancadas do parlamento regional. Sem esquecer o ódio e estimação de Jardim nos seus artigos de opinião. A JPP parece despontar em Jardim aquilo que foi o DN-Madeira em tempos, destapar os podres do PSD.
No entanto, a JPP parece ter medo de crescer, talvez seja o seu calcanhar de Aquiles, não conseguir consubstanciar o trabalho parlamentar que é sem dúvida bom com 3 deputados. Mas, em abono da verdade, com as pessoas que orbitam a política na atualidade até se tem de ser condescendente. Com uma política tão medíocre na Madeira deve custar angariar bons elementos para os projetos políticos.
Com 2023 e eleições regionais à porta, advinha-se mais um “castigo” para o PS, que não pode culpar mais ninguém a não ser a si próprio. Enquanto Albuquerque se delicia com os ossos da carcaça moribunda do CDS, adivinha-se a estreia de outros partidos na Assembleia Regional e muito possivelmente a queda do histórico PCP, que vê assim a sua “cassete” esgotada e pouco convincente, ancorada na posição desastrosa tomada perante a invasão russa da Ucrânia e por vezes incompreensivelmente subserviente aos objetivos do poder. Como nas Autárquicas.
Tudo muito pobre nesta política, para se destacar basta um pouco de aplicação, que a JPP teve, e também dos grandes “tintins” que tem para enfrentar o PSD e os poderes instalados, caso contrário estaríamos perante uma legislatura própria de um qualquer país africano, cuja ação estaria garantida ao ritmo de um “tambor laranja”. O próprio Alberto João Jardim mostra-se mais preocupado com o JPP e não é à toa que Albuquerque colocou o seu “cão raivoso” Brício Araújo em permanente “guerrilha” em Santa Cruz. Mas era ao PS e aos socialistas que se exigia a liderança da oposição, mas quando nem se dignam a comparecer aos trabalhos parlamentares…
São mais de 46 anos esperando pela mudança, mas pelos vistos a esperança é mesmo “verde” quando o resto é pantanoso.
Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 26 de Agosto de 2022
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