E ste texto começa a ser pensado em setembro e resulta da observação factual ao longo de meses porque a barragem nunca enche. Sou daqueles que se cansaram dos projetos do GR que se pagam por si mesmos e resultam em dívida ou inutilidade, veículos para os amigos faturarem. Estou cansado das promessas de que o novo cabo submarino vai baixar as comunicações, mas não baixam. E entre muitas mais, também estou cansado dos mais diversos aumentos com a inflação, essa nunca falha, e que também abusam do poder de compra dos madeirenses. Concluo que cumpre-se a propaganda e deixa-se de acompanhar, fiz o contrário!
À medida que as energias verde/ renováveis substituem as que têm origem no combustível fóssil, depreende-se que os custos baixam, o que permite manter as margens de lucro mas baixar a fatura aos clientes. É aqui que entra a Barragem do Pico da Urze. "A Madeira espera ter, em 2025, 50% de sua energia elétrica produzida a partir de fontes renováveis" (link) e paralelamente a eletricidade aumenta 3% na Madeira em 2023, depois de algumas falácias do nosso Presidente Albuquerque.
Este texto requer tempo, espero que me conceda esse tempo da mesma maneira que me dediquei a escrever.
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#1 Barragem do Pico da Urze: 25 de setembro de 2022 (menos de metade porque para o fundo encolhe) |
Poderão pensar "que espéculo" mas se observarem uma série de acontecimentos comigo, com a tradição que temos em lagoas sem água, é de suspeitar. Gato escaldado de água fria tem medo. Por esta altura, em vez de mentiras do Governo Regional, deveríamos estar a assistir a um Executivo orgulhoso de uma obra. Estamos numa crise energética, com preços altos em combustíveis e temos que continuar a produzir energia, a um preço que vai aumentou e já no próximo mês aumenta e novo para todos, ao contrário do prometido pelo GR. Mas, se as energias alternativas, renováveis ou verdes, como desejem chamar, estivessem a corresponder, talvez o preço pudesse ser mantido e nessa equação está a Barragem do Pico da Urze no Paul da Serra.
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#2 Barragem do Pico da Urze: 2 de outubro de 2022 (Um dia depois dos elogios do ano hídrico) |
Vamos por partes.
No dia 1 de Outubro, iniciou-se um novo Ano Hidrológico. No que acabou, não havia necessidade da secretária dizer que o Ano Hidrológico correu muito bem (com os 86%) porque quem segue a meteorologia com atenção, sabe que a Costa Norte mas sobretudo o maciço central da ilha da Madeira, tem sido "bem regado" neste ano (muita pluviosidade). É preferível que as alterações climáticas nos tragam mais alguma chuva e não seca, agradecemos o tempo que tem feito porque chega na justa medida e não de "tromba" como tem acontecido nas Canárias e nos Açores. Por aqui não se fala, porque tudo é tabu, mas o mau tempo que faz estragos tem contornado o nosso arquipélago!
Ano hidrológico a 86%, foi muito bom. Susana Prada: há muitos anos que não tínhamos um ano tão bom para o regadio.
Passemos à Barragem do Pico da Urze no Paul da Serra, inserida na ampliação do aproveitamento hidroeléctrico da Central da Calheta, custou 68 milhões de euros onde 45 milhões vieram do Fundo de Coesão, entramos portanto com 23 milhões. Aparentemente, depois de cheia e com correta gestão, dá para manter os cursos de água e a vida que nela existe, havendo, no entanto, quem denuncie falta de água e morte de trutas. Na altura, Pedro Calado era vice-presidente e ignorou, preferiu falar de benefícios a vários níveis. Quanto à central hidroelétrica, em princípio deveria imitar a solução da Central da Vitória com um circuito fechado onde a água retorna à barragem depois de produzir energia.
Quem conhece o formato da barragem, imagina um cone sem bico onde a parte mais baixa leva menos água. Tecnicamente, é uma barragem de enrocamento para a criação de uma albufeira, com uma capacidade aproximada de 1.000.000 m3, implantada na Ribeira do Alecrim no Paul da Serra.
Seguem-se imagens comparativas da barragem cheia e em construção para perceberem a quantidade de água através da altura da albufeira mas, sobretudo, o que se está a passar na atualidade.
Agora é comparar com as imagens de abertura desta carta que vos escrevo para publicação. As imagens de hoje Dia de Natal, de 25 de setembro e 2 de Outubro, tenho muitas mais ao longo do tempo, para ver se a altura da água mexe, se é usada. Do acompanhamento factual informo que é estável a menos de metade e que hoje dia de Natal está ainda mais baixa. Vamos a outra questão que nos vai levar a conclusões no fim.
Miguel Albuquerque, a 2 de agosto de 2020, dizia:
A lagoa é uma 'bateria' que vai utilizar duas fontes de energia: a hídrica e é recarregada através de energia eólica. É um projeto inovador até em termos da União Europeia. Vai dar um grande contributo para que dentro de um, dois anos, 50% da energia produzida na Madeira tenha por base fontes renováveis. É um passo decisivo na política ambiental na Região Autónoma da Madeira. (link)
Agora as perguntas:
- A Barragem do Pico da Urze está bem com a quantidade de água a menos de metade?
- Atendendo que para o fundo a albufeira estreita, quando tivemos um "muito bom" Ano Hidrológico e ela já esteve cheia nos testes, porque temos menos de metade da quantidade máxima?
- A Barragem do Pico da Urze está a funcionar e está isenta de problemas?
- Perde água?
- Produz energia?
- Está sobredimensionada?
- Está a escorregar pelo vale com o peso da água porque o enrocamento não aguenta?
- As mais valias do sistema não rendem o previsto e estão a desistir?
- Os cálculos foram para fazer obra e não resultou?
- Factual, há largos meses que a barragem não enche apesar de chover, está cada vez mais vazia.
Quem souber unir todas estas pontas que me responda, sou todo ouvidos!
Senhora secretária Prada, só par chatear o que significa esta lagoa e esta notícia? Má gestão depois dos seus elogios ao ano hidrológico?
Leitura na continuação do tema:
Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 25 de Dezembro de 2022
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