Pobreza e indumentárias


Que tal passear indumentárias nos jardins e parques?

Sras. Secretárias Paula Margarido e Micaela Freitas

Senhoras Secretárias,

Q ue tal um passeio pelo Jardim do Campo da Barca? Não precisam de agenda, nem de discursos. Basta levar o telemóvel. Podem tirar uma selfie sorridente com quem ali vive porque perdeu a casa — não por escolha, mas porque o custo de vida na Madeira cresce todos os dias e já não há bolso que aguente. Aposto que ia dar uma excelente publicação nas redes sociais. Afinal, nada mais inclusivo do que posar ao lado da exclusão.

E a Sra. Secretária da Saúde podia muito bem juntar-se: já anda em tournée fotográfica pelos centros de saúde, a mostrar em imagens que “está tudo bem”. Pena que não esteja. Porque a realidade, sem filtros nem enquadramentos bonitinhos, é esta: o hospital é um caos. Idosos recebem alta e não têm para onde ir, porque as famílias não conseguem recebê-los. Mas pronto, desde que haja flash, sorrisos e posts, fica sempre a sensação de que a Madeira é um paraíso sem problemas.

Deixemos de fingir. Ser político não é tirar fotos. Não é andar de centro de saúde em centro de saúde, de jardim em jardim, a mostrar serviço que não existe. Ser político é servir os outros, não servir-se a si próprio. É resolver problemas reais, não encenar realidades falsas. É estar no terreno para mudar vidas, não para engordar currículos ou alimentar vaidades.

Senhoras Secretárias, Paula Margarido e Micaela Freitas:

A Madeira não precisa de secretárias-modelo para a câmara. Precisa de governantes sérias, que deixem de viver do marketing e trabalhem em conjunto. Porque, ao contrário do que tentam vender, não está nada bem na Madeira. Está tudo mal.

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