O Zé das Medalhas


O nosso secretário do turismo, se deixasse crescer bigode, encarnava bem aquela personagem do Zé das Medalhas (Armando Bógus) da novela Roque Santeiro, porque a personagem também explorava uma pequena indústria das medalhas mas, no caso de Eduardo Jesus, não vende, compra. Tal como na história do Roque Santeiro, também aqui se explora um mito, o da segurança, por isso se deveria mandar fazer à China medalhas, camisolas, amuletos e esculturas sobre a nossa segurança.

Segurança parece ser só pandemia e o desce do autocarro que és estrangeiro, e o crime no Funchal com violência e roubos a turistas? E a quantidade que se perde, é acidentada ou morre nas serras? Já reparou nos números? É só ousadia deles pela selva do Funchal ou pelo mato da Laurissilva?

A publicidade compra tanto gabanço como prémios, mas todos sabem que a educação não lhe assiste assim que é contrariado nas "relações públicas", no parlamento regional ou até mesmo com os seus amigos jornalistas quando ousam dizer a verdade em vez de propaganda.

O Zé das Medalhas não reposicionou nada! Quem reposicionou foi o Avelino com o seu Mamute Palace e a destruição da paisagem por onde quer que vá obrar. Mas também pela abertura da Madeira às low cost selvagens que pedem guito à Madeira para fazer preços de chuva. Então a Madeira, depois dos prémios, medalhas e eventos, também compra passageiros e paga-lhes parte das passagens entregando um valor a coberto da promoção? Eu gostaria muito de ver a verdadeira contabilidade, deve ser como a da APRAM.

O Zé das Medalhas cometeu o maior erro da história do Turismo da Madeira, a massificação, um visionário vanguardista que quando toda a Europa, as cidades, querem acabar com esse flagelo que estraga tudo, a massificação, para angariar um lugar no turismo de qualidade (onde a Madeira já estava), porque ganha-se mais com menos despesas. Ganhar dinheiro não é só somar entradas mas também somar despesas para aguentar esse turismo: saneamento, exaustão da paisagem e bichas nas atrações turísticas, o mau estado acelerado das levadas e trilhos da Madeira ... a dar mau nome com perdidos e mortos em vez de elogios. Outra contabilidade que não se faz.

O Zé das Medalhas é o responsável por toda uma elite que cá vem para ser gozada pelas asneiras que profere ou por dizerem o mesmo dias depois noutro sítio turístico, a soldo. Muito mau. O senhor secretário não diz uma palavra sobre a paisagem que se destrói, sobre as jaulas das douradas, sobre o teleférico do Curral das Freiras, sobre a Estrada das Ginjas, projetos futuros para São Vicente, etc. Está escaldado com a primeira passagem pelo Governo? Quando para a construção de cada vez mais hotéis?

O Zé das Medalhas já tem um Plano de Contingência para o nosso aeroporto? Ou acha que nunca vai fazer mossa? Anos e anos de aeroporto na inoperacionalidade com as companhias aéreas a perder dinheiro?

Perder um europeu e ganhar um mundial no turismo foi a coisa mais caricata que vi, só possível por vendedores de medalhas diferentes. Não se esqueça que também não tem palavra para a pobreza, é secretário de uma das principais indústrias a fazer pobres (link), mas isso os números de sucesso não dizem nem convertem. Quando todo este faz de conta acabar, não sei se haverá cinzas. É secretário do encaminhamento de negócio para oligarcas mas não secretário regional do turismo.

Uma cena da novela, Zé das Medalhas quase que se afoga em medalhas, no meio de uma bebedeira e delírios porque perdeu a esposa para além do apoio de Sinhozinho Malta para uma candidatura.

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 11 de Dezembro de 2022
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