P ara arranque quero dizer que o Diário de Notícias não colocou esta façanha em primeira página no jornal do patrão, aqui, apesar de serem todos Donos Disto Tudo deste regime, basta um jornal não ter o Sousa como sócio que já notícia, uma demonstração clara de como funciona a verdadeira pluralidade se a comunicação social da ilha não fosse toda de Sousa, Farinha e Ramos.
O ex-comandante do Lobo Marinho afirma que foi dispensado após 14 anos de serviço (os últimos 7 como comandante) enquanto estava de férias. Recebeu a informação por telefone, sem aviso formal ou negociação. Com algum humor ainda é melhor do que Albuquerque a dispensar secretários que nem uma palavra tem direito. Mas, evidentemente que não é assim que se trabalha, fica para exemplo do que seria o Pacote Laboral do Montenegro!
O ex-comandante do Lobo Marinho está a mover uma ação no Tribunal de Trabalho para demonstrar que o despedimento foi ilegal. Alega ter sido alvo de assédio e instruções que comprometiam a segurança do navio e dos passageiros. Interessante o que sai para público quando as comadres brigam, é que no historial do Lobo Marinho, para quem tem olhos, suspeita-se que levam mais gente do que devem no Verão, que na se sabe se há salva-vidas para todos nesses momentos, que durante a Covid foi das tais exceções no cumprimento das orientações para a não propagação.
O comandante quer provar que despedimento foi injusto/ilegal e que existiu pressão interna por defender a autoridade do comandante em questões de segurança. O que estará aqui em causa? Ele alega que houve pressão para seguir instruções contrárias à segurança, algo sério em contexto marítimo (prioridade absoluta dada a vidas humanas e ao navio).
O que será que o Sousa acha que manda? Protocolos internos de segurança? Questões técnicas ou prática de comando? Está claro porque os jornalistas deste senhor estão todos alinhadinhos pelo sistema ... Este caso ultrapassa um simples despedimento porque envolve transporte público/serviço essencial, segurança marítima, direitos laborais de um comandante com longa carreira e as tensões entre uma empresa privada e um comandante responsável por centenas de vidas.
No continente, este assunto seria bem explorado e exemplar, na Madeira é menos de um oitavo de página por especial favor ... Então, quem vai entrevistar o ex-comandante do Lobo Marinho, bem disfarçado deveria escrever para o Madeira Opina.
Em 2018, o comandante João Bela fez a sua última viagem após 24 anos de serviço, retirando-se por reforma, com elogios à sua carreira. Embora sem ligação direta com este caso atual, mostra que a posição de comandante do Lobo Marinho é tradicionalmente um cargo de elevada responsabilidade, visibilidade regional e de longo termo. O que será que aconteceu?

