O novo pluralismo

 

Começou a transformação definitiva do DN Madeira.

O DN-M não tem inimigos, apesar do desconforto e talvez frustração que alguns dos seus jornalistas manifestam porque sabem que o seu estatuto está a sumir-se com tudo aquilo que é percetível aos leitores. Por vezes têm os mesmos sintomas de Albuquerque e Calado nas suas tiradas que desconsideram a inteligência de muitos

O secular matutino não tem má vontade sobre si, quem mudou visivelmente foi o próprio e coloca os bons jornalistas naquela casa num limbo, entre agradar os proprietários e o poder para ainda serem jornalistas (com J grande e tudo o que encerra). Há jornalistas bons e há deles perversos que consultam o que devem "dar" ou como escrever, outros vão tão longe quanto possível. Quem joga seguro faz copy-paste. Os leitores sentem o apagar da chama do raro pluralismo regional. O que os bons jornalistas sentem são os anticorpos dos seus proprietários e do poder que entraram em força.

O PSD é tema elegível para qualquer jornal, o problema não está aí mas sim na profusão de figuras do PSD que vão escrevendo em seu favor com agenda política descarada, paralelamente a outra agenda de propaganda financiada pelo Mediaram que confunde o Governo, o Partido e a Madeira. A estratégia de sempre do PSD para baralhar o eleitorado, transformando os críticos em seres que desejam mal à Madeira e aos Madeirenses porque criticam o PSD e o poder.

Quando vamos ao Facebook do DN-M, percebemos pelos comentários que existe em permanência uma série de leitores que desatam a mostrar a sua insatisfação pelas notícias e ainda o formato das mesmas, ou seja, pelo que se reporta e a maneira como se trabalha a informação. Nota-se o desencanto pela natureza partidária de promoção, que se vê nas notícias com elementos que não se confere, pelos títulos e imagens "estúdio" dos fotógrafos da propaganda, textos dos assessores, os destaques de ninharias a uns e de corte na informação essencial nos comunicados dos outros.

Enquanto os muitos comentadores do PSD se sentem poderosos e protegidos no DN-M para fazer claramente campanha partidária, o reduzido número de outros conotados com outros partidos ou simplesmente apartidários, normalmente vindos de uma era de antes da "tomada de poder", vão permanecendo ... em número cada vez menor. É o faseamento natural do DN-M para ser um JM2. Os que existem vivem numa autocensura sem explorar tudo o que atinja o poder e os proprietários, no fundo criou-se um pluralismo domesticado onde tudo é tácito. Enquanto os comentadores do PSD carregam com doses cavalares, vemos alguns que até vão ser cabeças de lista ou destacados de partidos da oposição a se perderem em textos para não "ofender" o poder e os proprietários. Mas, também vimos uma deputada da oposição desistir por não gostar da suposta "cilada" criada por um jornalista e ainda outro, dos mais aguerridos, a desaparecer da escrita sem qualquer justificação pública até aos nossos dias.

Hoje é o dia, como seria de esperar, do upgrade na ousadia dos PSD, momento em que é seguro dar mais um passo na bajulação que, pela configuração, acontece quando alguém trabalha para si e para o estado de graça dentro do PSD e não para os leitores que são uma massa diversa e que por isso leem ou liam DN-M. Se quisessem um jornal partidário iriam buscar a informação noutro sítio. (link)

Esta contínua campanha eleitoral, quer queiram, quer não, é o motivo porque toda a comunicação social na Madeira está "presa" ao PSD, pelos proprietários e pela subsidiação. Os jornalistas aprenderam a fórmula de sucesso e é longa a lista daqueles que se transformaram em assessores, para perguntarmos o que faziam antes da sua confirmação partidária, faziam jornalismo jeitoso e mereceu prémio?

A oposição, com defeitos e virtudes como qualquer outro partido, é "gozada" no Parlamento por imposição da Maioria Absoluta e na comunicação social. Muitas vezes é mais tema para destruir a alternância do que a hegemonia e décadas de "partido único", ou seja, apesar da exposição do PSD e do poder em tudo ... fala-se da oposição "coando mosquitos para engolir camelos". Muitas vezes a sua mensagem é refeita notícia pelos jornalistas para depois deixar passar textos partidários descarados vindos da máquina da propaganda.

O DN-M vai-se sumindo, aquele onde o Blandy não se pavoneava e havia equilíbrio, mesmo com jornalistas do poder a manobrar, fazia parte do pluralismo. Nos nossos dias e à medida que o tempo passa, todos estão a perder a vergonha e a vestir a camisola laranja por mais que disfarcem e vivam incomodados com as críticas justas.

Os "piquenos" estragaram o brinquedo, nalgum tempo de pais mais senhores da disciplina apanhavam uma "malha", porque muito custou a se ter órgão, foi mais de um século a delapidar um diamante para agora se tornar uma pedra fora da mão do jornalismo.

O pluralismo está dentro de uma bolha homologada.

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça feira, 14 de Março de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários