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T odos os quadriénios a História repete-se. O Governo Regional espalha cartazes na Região anunciando sucessos no que fez e no que não fez. Que ninguém se admire porque até o corriqueiro vai ser notícia nos jornais controlados pelos oligarcas.

Este ano vai ser um ano de festas. Até setembro, vamos assistir a arraiais com artistas de renome convidados para fazer esquecer o preço incomportável dos combustíveis, da alimentação e da habitação. Mas isso não importa, porque todos sabemos que o madeirense quer é festas, espetada e poncha.

No meio da folia os números do desemprego continuarão a ser martelados esquecendo-se de contabilizar os que abandonaram a ilha à procura de uma vida melhor. A economia madeirense continuará desequilibrada com 14% dos empregos na Indústria e Construção Civil e 86% na área dos serviços. Se tudo isto já não fosse mau, estima-se que mais de 68% dos empregados ganham o ordenado mínimo trabalhando mais de 10 horas por dia.

Há claramente um erro de estratégia para a Economia da Madeira. Em tempos de crise, o Governo Regional continua a apoiar mais o sector Primário do que o sector Secundário, colocando em causa a sobrevivência das pequenas e médias empresas. 

Se no Secundário a situação é dramática, na habitação o cenário é desolador. Continua-se a apostar no luxo para estrangeiros e fomenta-se a oferta de tipologias T1 para os jovens casais madeirenses. Só um jovem casal desesperado é que adquire um T1, sabendo que o investimento é provisório porque limita o desejo e o direito à natalidade.

Entretanto com tantas festas e propaganda, os menos afortunados vão continuar a se suicidar, a roubar, a matar e a se drogar para que a vida lhes pareça mais feliz.

Comparando com os Açores, o Governo Regional esqueceu-se que embora sejamos ambos Ilhéus, continuamos com o IVA muito superior ao dos Açores, com o gás que custa quase o dobro, com a habitação que custa quase o dobro e com uma inflação muito superior. 

Que ninguém tenha ilusões porque, depois de setembro, o dinheiro e os tachos serão para os mesmos e, como diz o provérbio, "Acabada a festa, desarma o trono".

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 23 de Maio de 2023
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