Temos comandante!


O Gabinete de Imprensa da Presidência convocou os jornalistas esta manhã para uma aterragem de demonstração num AIRBUS A340 de 4 motores, para ter mais força, com vento de cauda acima de 30 nós. Segundo o adjunto de imprensa, o teste consistia em conseguir descolar o avião da Pista 05, dar a volta e aterrar, para provar à ANAC como é seguro aterrar na Madeira em quaisquer condições meteorológicas.

Pelas 10H00 da manhã apenas compareceram os corajosos jornalistas idóneos do Correio da Madeira porque, segundo constou, os outros todos estariam ocupados a cobrir o Conselho Regional do PSD-Madeira, na Ribeira Brava, por ser um evento muito mais arriscado.

A grande surpresa no local é que seria o próprio Presidente do Governo Regional a comandar o avião e que seria auxiliado pelo famoso copiloto madeirense Pedro Calado. Muito sorridente e simpático, o copiloto Pedro Calado mostrou que estava muito seguro, munido de uma calculadora para converter nós e pés ao sistema métrico e que, pelo sim ou pelo não, até tinha consigo uma imagem da Nossa Senhora do Monte oferecida pelo senhor Bispo.

Perante a estupefação e o medo estampado nos rostos dos presentes, Miguel Albuquerque garantiu que já tinha assistido a três aulas num simulador de voo da Microsoft e que, no fim contas, o avião não era mais difícil do que o Carocha onde comeu em 1978 duas suecas ninfomaníacas. O resto era conversas de cha-cha da oposição com culpas em Lisboa.

Sem mais demoras e ainda antes de fechar a porta, houve uma última tentativa para meter o comandante Timóteo a bordo, ao este respondeu que de fora apreciava melhor a perícia do piloto para poder reportar, que o texto até estava pronto faltando só assinar. O comandante Timóteo disse ainda que ia correr bem, porque o piloto tinha poderes para isso, e porque depois das 3 aulas, tinha ficado aprovado em concurso público de admissão supervisionado pela sua esposa, agente imobiliária.

Entretanto, o que sim entrou a bordo foi uma GoPro do famoso programa Mayday Mayday, com ventosa para o parabrisas, um pequeno cartão SD porque a experiência não demorava muito, mas com localizador e uma bateria de 10.000mA, de Miliampère e não de Miguel Albuquerque.

Como o avião estava vazio, os destemidos jornalistas correram para a cauda do avião, sentaram-se e apertaram os cintos, enquanto o Chefe de Cabine Eduardo Jesus dava indicações em africâner sobre as portas de emergência aos passageiros. Eduardo Jesus terminou a apresentação informando os passageiros que, durante o voo, iriam ser servidas pequenas refeições e que o prato do dia era Pato à Pequim com batatinha salteada. A bebida ia ser laranjada! Só neste bocadinho tirou 20 selfies para mandar ao DN.

Cumprindo todos os protocolos, o Comandante perguntou ao copiloto se tinha atestado os depósitos de combustível, ao que foi informado com um “Roger” que fora atestado com gasolina 98 na Galp, porque a Repsol não aceitava requisições do Governo.

Miguel Albuquerque engatou a primeira e o AIRBUS 340 moveu-se lentamente em direção à Pista 05. A meio caminho, e já perto da cabeceira, os motores foram abaixo, ao que Miguel Albuquerque desculpou-se confessando que ainda não estava muito familiarizado a embraiagem. 

Quando questionado pelos três únicos passageiros se havia paraquedas no avião, o Comandante informou que não era preciso porque havia fraldas debaixo do acento, cantarolando no microfone “Sequinho, sequinho, com Dodot não se molha o rabinho”. E foi com os microfones ainda ligados que os passageiros ouviram Miguel Albuquerque perguntar a Pedro Calado: “para isto levantar a manete é para frente ou para trás?”.

Ao ouvir a conversa, os corajosos jornalistas idóneos do Correio da Madeira fizeram dois buracos na fuselagem, enquanto o diabo esfrega um olho, e viram o AIRBUS levantar voo para nunca mais ser visto.

PS: O bom destas histórias é que têm sempre um final feliz.


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