Mata-Leão ao Marítimo


O Mata-Leão, também chamado Gravata, é um golpe que asfixia o oponente pelas costas. Algo irónico, visto que está de facto a matar o Leão verde-rubro, outrora mascote máxima do orgulho madeirense. Os maritimistas estão fartos de ouvir sobre a “mão invisível” que persegue o nosso clube. Desde o pilar do PSD Madeira, Alberto João Jardim, que sempre apoiou o clube ora por cima ora por baixo da mesa, ao seu macaco de imitação das “jotas”, que tenta copiar em vão as pisadas do Tio. Muitos rumores se ouvem desta “mão invisível”, sobretudo da ala que se diz maritimista do PSD. O que tanto uns como outros não sabem, porque a idade não o permite, seja através das cataratas da velhice ou da inocência da garotice, é que a mão não é invisível…

Não, maritimistas, a “mão invisível” não vem do “retângulo”, a mão tem origem cá na ilha. É um Mata-Leão, aplicado pelas costas do clube que amamos, o clube que um dia foi do povo (eu cá me lembro) e graças ao Alberto João passou a ser o clube “do regime”. Nada contra o Tio Alberto, o nosso Leão verde-rubro muito bem mamou. Mamou o dobro do que o Clube Desportivo Nacional disse um dia o Rui Alves… Se calhar mamou, os meus tempos na SAD do Marítimo acabaram, não sei dizer o que se passa nas contas e contitas do meu clube. Muito menos nas do Nacional. E se mamou o dobro, mamou como deve ser. O Marítimo sempre deu mais glórias à Madeira e ao Funchal do que o Nacional.

Mas o que poucos estão a querer ver é que quem asfixia o Leão é quem um dia deu a teta: o Governo Regional!

O Presidente Albuquerque, exímio em muitas áreas, não gosta de desporto e em especial não gosta de futebol. O seu ex, Pedro Calado, gosta mais de desporto, sobretudo de rali, mas no que toca ao futebol passa para o lado. Como eles há muitos entre os Renovadinhos que traíram o Alberto João Jardim. E se o Calado ainda mostra subtis apoios ao Andorinha e ao 1º de Maio, os outros laranjinhas preferem os clubes cubanos… Os que enchem o nosso Caldeirão, comprando os nossos bilhetes à traição.

E são esses os traidores que aplicam o Mata-Leão da mão invisível. E não estão a asfixiar só o nosso Marítimo, simplesmente somos o Maior das Ilhas, e por isso sobrevivemos durante mais tempo. Primeiro desceu o Nacional e o Rui Alves veio a público dizer o que é óbvio: o Albuquerque fechou a torneira para o futebol!

Ora vejamos, esta época tem muitas coincidências interessantes. Começa com a tragédia do Marítimo, desde o início destinado a batalhar pela manutenção. Depois dá-se a queda do Nacional, porventura destinado também a lutar pela manutenção na segunda divisão. Restam então as equipas madeirenses que mais brilharam, a Camacha e o Machico. Ambos chegaram à quarta eliminatória da Taça de Portugal, feito fascinante considerando que estão na quarta divisão. Ou melhor, a Camacha está (após assegurar a manutenção na última jornada). O Machico estava, desceram na penúltima jornada, contra o nosso Marítimo (B). Como é que uma equipa que venceu o Boavista (da primeira divisão) em casa, desce na quarta divisão? A resposta é fácil: falta de apoios do Governo Regional. Aliás, a Associação Desportiva do Machico, que subiu para o Campeonato de Portugal porque o Pontassolense recusou (apoio insuficiente), não recebeu nem 50% do orçamento previsto, ficando pelos 37.500 euros. Se venceu o Boavista (que derrotou o Sporting), talvez com mais 60 mil euros do Governo Regional teria assegurado a manutenção.  

Estas “coincidências” não têm origem numa “mão invisível”. A mão era visível e deixou de ser, porque deixou de existir. O Governo Regional abandonou o futebol que nos representa a nível nacional, não é de agora, mas agora é o dia D. No dia 11, será necessário um milagre para esta equipa defunta do Marítimo derrotar o Estrela. Eu estarei no Caldeirão, mas quantos outros turistas lá estarão como “maritimistas”, na esperança de testemunhar a queda histórica do Leão?

Quando o velho Alberto João Jardim e o garoto Bruno Miguel Melim são as únicas vozes maritimistas no partido único que controla o Governo Regional, partido esse que abandonou o Marítimo, algo está mal. A asfixia está em curso. Mas porquê?

Porque a queda do Marítimo é, infelizmente para nós verdes-rubros, o erguer do PSD dos Renovadinhos. A direção de Rui Fontes tem os seus padrinhos (que todos sabemos quem são), tal como a direção de Carlos Pereira teve o apadrinhamento do Berardo, Luís Miguel Sousa e Jorge Sá, com bênção do Tio. Essa direção, que substituiu em 1997 a direção ruinosa de Rui Fontes, voltou a ser substituída por outra direção ruinosa de Rui Fontes numa espécie de golpe, semelhante em muito ao golpe dos Renovadinhos. Rui Fontes destruiu o nosso clube uma vez, e destruiu agora outra vez, independentemente do resultado do dia D.

Inocentes ou não, os maritimistas do PSD gritam contra a “mão invisível” que teimam em não ver, apelando ao Povo para se insurgir em grandes demonstrações no Caldeirão. “O Povo e a Autonomia estão em risco! O bicho papão voltou à região!”

Ora aí está! Maritimistas, os Renovadinhos do PSD, herdeiros ideológicos dos burocratas laranjas do “retângulo” colhem agora os frutos de uma década de escassos, e cada vez mais escassos, apoios ao futebol regional. Os Renovadinhos são incapazes de puxar pela brasa da Autonomia como um dia fez Alberto João, os votos no partido quebraram e por isso, a mão invisível aplica o Mata-Leão, e o apadrinhamento da nova direção de Rui Fontes é o golpe final! Agora que o Leão verde-rubro está ferido, crescem os apelos à Autonomia e ao Povo Unido. São os Três F, que não sei se ainda estudam na escola. Futebol, Fado e Fátima. Aqui na ilha não há Fátima nem Fado, só há futebol (já nem tem F grande, graças ao GR). 

E consumada a tentativa de homicídio do futebol regional, o PSD Madeira atira areia (não é só na praia da Calheta) aos olhos dos madeirenses, apontado para o “retângulo”.

“Querem vingar o Marítimo? Votem nos Laranjas” será o slogan não oficial desta campanha eleitoral.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 9 de Junho de 2023
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