B om dia a todos, obrigado por este espaço de liberdade que, por sê-lo, mete medo e mostra um problema congénito oriundo de 47 anos de consumo do medo. Não é difícil de se perceber que os mais dotados e esclarecidos vão embora da Madeira, ela é pequena nas mentalidades e nas oportunidades. Logo, o que fica é mais manipulável por uma máquina, que eu diria total, de comunicação que fazem da anormalidade algo normal.
Os conteúdos da nossa comunicação social servem para encher a cabeça do madeirense de que é um Povo Superior, de que não precisa já de ouvir, ler, pensar, comparar, refletir, só tem que consumir a sua terra idílica, por mais ameaçada e roubada que seja. O madeirense vive alegremente mal, vencimentos muito curtos, preços nos supermercados mais caros do que em países com outro poder de compra, rendas para todos os amigos do poder, adoração dos seus carrascos e de figuras menores como exemplo, a quem colocaram como ídolos mas que lhes faltam virtudes. Talvez a mesma cegueira que os faz pobres lhes satisfaça gente menor.
Pelo que se vê, o medo orienta nas redes sociais o tipo de like que se dá e torna-as objeto de estudo, o consumo imediatista, a trivialidade curiosa, o ladrão bem visto, o político corrupto, o oportunista, o chico-espertismo, os falsos bem falantes, os fait divers, a graçola, etc, tudo é consumido em altas doses. Há grupos manipuladores que orientam carneiros ao consumo de bebida, posturas e política, com adesão extrema.
Conclui-se que o madeirense é feliz assim, não quer saber de verdades e de ler as consequências, ser "corno", no bom sentido da palavra, onde tudo de errado permite e aceita está no ADN, incorporado durante 47 anos. A repulsa da verdade e o consumo da mentira, normalizada por tropas e tropas de dependentes na totalidade da sociedade madeirense, fazem-nos se sentir integrados numa ideia comum, quando passam completamente à margem, pagam a boa vida de muitos e são cada vez mais pobres. A reação instintiva do Povo Superior, na versão Pata Rapada, à mudança e à verdade deixa qualquer um atónito, e se há alguns que vão embora daqui, há outros que apesar de fisicamente estarem cá, não vivem cá e escolheram uma forma de não se chatear. Não são os aderentes da anestesia das festas, são simplesmente sofrimento em silêncio. É por isso que há muitas doenças mentais na Madeira.
Não estamos a construir um futuro com a integração de todos, estamos a construir ilhas dentro da ilha com privilegiados segmentados. É perfeitamente percetível e lógico a degradação continuada da nossa sociedade. O consumo de estupefacientes vai continuar a crescer, os suícidos, o clima de crispação e irritabilidade, o crime e as vinganças, mas o bom disto é que será sempre num ambiente idílico, o que interessa aos que lucram com este estado de coisas.
Eu já não tenho pena do madeirense, tem olhos mas não os usa, tem cérebro mas não pára para pensar. Tudo o que faz crescer é estigmatizado ou diabolizado. Eles são inimigos dos amigos. Na Madeira, os maus são uns coitadinhos nas mãos dos lesados.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 2 de Setembro de 2023
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