O debate das regionais 2023 na RTP-M


C omo cidadão atento e interessado na política regional, uma vez que no dia 24 de Setembro vamos eleger os deputados à assembleia legislativa regional e consequentemente quem irá formar o próximo governo regional, observei atentamente o debate entre candidatos às regionais no dia 7 de setembro da RTP-M.

O debate foi moderado pelo jornalista e sub-diretor de conteúdos da RTP-M Gil Rosa, que abriu o debate assim um tanto ou quanto meio nervoso! Talvez pela presença do todo poderoso presidente do governo regional Miguel Albuquerque. As minhas suspeitas de que o debate ia ser minado pelo moderador rapidamente se vieram a verificar. A quantidade de vezes que vimos o Gil Rosa a tentar cortar a palavra a quem estava a tentar dizer verdades inconvenientes foi estonteante, mas já lá vamos. Vamos primeiro falar dos candidatos e da sua prestação. Comecemos por Edgar Silva. 

O PCP, eu chamo-lhe PCP e não CDU, porque na realidade a Coligação Democrática Unitária é uma fantochada, e o partido os Verdes é um fantoche nas mãos do PCP à semelhança do que o CDS-M é nas mãos do PSD-M. O PCP vem sempre com aquela retórica ultrapassada dos TRABALHADORES primeiro e do Povo a seguir, e mantem o sound-byte de melhores salários, produzir mais e melhor, não baixar impostos a não ser o IRS, coisas genéricas, mas faltou-lhe abordar incisivamente os temas que afetam a região, como outros partidos da oposição o fizeram. Fiquei escandalizado por não ter ouvido do PCP uma única palavra sobre a escravidão em que vivem os TRABALHADORES agrícolas, nomeadamente às mãos da GESBA. Edgar Silva acabou por ser o mais apagado do debate, apesar de não faltarem temas ou assuntos para tornar a intervenção do cabeça de lista do PCP mais acesa.

O candidato do PS, Sérgio Gonçalves, após ter chegado 20 minutos ou meia hora atrasado ao debate da Antena 1, mostrou-se conhecedor dos temas que afetam a região, aproveitando-se de muita informação obtida através do trabalho parlamentar do JPP, algumas delas com recurso a ações no tribunal. Falou da agricultura, pesca, habitação, e falou de monopólios… Alguns leitores se recordarão de um artigo de opinião que Sérgio Gonçalves publicou, se não estou em erro no DN-M a dizer que na Madeira não haviam monopólios, que lhe valeu uma açoitada através das redes sociais de Carlos Pereira (aquele que foi para a república e já não quer saber da Madeira). Sérgio Gonçalves, talvez graças ao trabalho dos assessores apresentou-se bem preparado para o debate. Pena é que com os seus 19 deputados (menos dois que o PSD-M) na Assembleia deixem muito a desejar na fiscalização do governo.

O candidato do JPP, Élvio Sousa acabou por ser o que mais se destacou e partiu a loiça toda! “Desancou” de cima abaixo em Miguel Albuquerque. Agora finalmente percebi o slogan “Em frente, sem medos!” Élvio Sousa falou de quase tudo, agricultura, saúde, habitação, custo de vida, monopólios, despesismo, apesar de Gil Rosa lhe tentar cortar a palavra ou interromper o raciocínio por diversas vezes. Fez perguntas diretas a Albuquerque sobre temas sensíveis, como por exemplo uma carta de uma senhora em lista de espera ao governo regional, gastos da quinta vigia, viagens principescas. Perguntas essas que nunca tiveram resposta. Até lhe lhe quis passar uma folha com dados que Albuquerque empurrou de volta. Expressões como “encher o cofre da quinta vigia”, “concessionar aos amigos”, “foi preciso ir para tribunal”, “devia ter vergonha nisso” etc, eram comuns durante as intervenções do candidato do JPP. Albuquerque com ar arrogante, sem nunca olhar diretamente para Élvio Sousa, nunca lhe respondeu a uma única pergunta.

O rosto da coligação PSD-M/CDS-M, “Somos Madeira”, apresentou-se igual a si mesmo e igual ao que nós madeirenses estamos habituados. Quando tomava a palavra revelava números, uns milhões para aqui, outros milhões para acolá, reabilitação de centros e saúde, “recordes” (que não se conseguem ao certo confirmar) sobre números de cirurgias efetuadas, habitação a custos controlados, mas que não soube responder se um T1 sempre vai custar 160.000€ a um madeirense que se candidate, tendo nós cidadãos uma ligeira impressão que os concursos serão minados. Falou de baixar os impostos, mas aqueles que mais interessam ao povo, nomeadamente o IVA e o IRS, no primeiro diz que não mexe, no segundo, é muito parco na aplicação do diferencial fiscal. Não falou da dívida, nem na despesa das administrações públicas, mas diz que não tem capacidade para manter urgências noturnas nos centros de saúde. Fica patente que prefere injetar dezenas de milhões de euros em campos de golf ou no molhe da pontinha, do que em serviços para melhorar o nível de vida da população. Também diz que se demite senão obtiver maioria absoluta, o que significa que não sabe governar caso tenha maioria relativa.

Não foi surpresa ver que o vencedor do debate acabou por ser Élvio Sousa do JPP.

Voltando à questão do jornalista, existem pessoas que não tem vergonha na cara e que se vendem por um punhado, ou por dois baldes de tostões. Que o DN-M é detido por um DDT, e que faz campanhas de desinformação, como aquela do T1 de custos controlados a 160.000€ que o DN-M veio do dizer que é falso quando a RTP-M mencionou 3 ou 4 vezes numa peça que “um T1 pode custar 160.000”. Mas pior é quando situações de clara parcialidade chegam à televisão pública, que é paga com dinheiro de todos nós. Tenho visto algumas entrevistas conduzidas por este jornalista, que utiliza a mesma tática do PSD-M na assembleia quando se tocam em temas sensíveis da política, que é falar por cima, introduzir outro assunto, para que o entrevistado se desconcentre não possa concluir o seu raciocínio. Existem jornalistas para os quais o código deontológico inerente à profissão não lhes assiste. Se acham que estou a mentir, convido-vos a ver e principalmente ouvir com atenção algumas das suas entrevistas para tirar a prova dos 9.

Portanto caros leitores, dia 24 de setembro está nas mãos dos madeirenses, mudar ou manter os destinos da nossa região.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 9 de Setembro de 2023
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