Improdutivos com o calor, as escolas são um exemplo.


O calor que se faz sentir no Funchal, nesta altura em que os estabelecimentos de ensino se encontram em pleno funcionamento, causa mal-estar a alunos e professores. As salas de aula tornam-se espaços com calor intenso, a que se junta a elevada humidade e o próprio bafo corporal em espaços exíguos e com pouco ventilação, pouco falta para serem autênticas saunas.

Não há condições de aprendizagem! As temperaturas elevadas provocam problemas de saúde pública e, no caso das escolas, interferem com o nível de concentração dos alunos, assim como reduzem, significativamente, as capacidades cognitivas. Deste modo, as horas passadas em salas de aula não são produtivas em termos de aprendizagem, massacram quem lá se encontra, o cansaço acumula-se e o desempenho escolar fica comprometido.

As construções dos edifícios escolares deixam muito a desejar, no entanto, em época de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, não existem ações direcionadas para as escolas em termos de melhoramento das condições físicas que promovam uma sensação térmica agradável? Tendo em conta as alterações climáticas, o futuro não é auspicioso, daí que seja urgente fazer algo para minimizar seus efeitos, neste caso concreto, nas escolas.

A instalação de ar condicionado seria o ideal para proporcionar uma temperatura ambiente adequada à aprendizagem, se não causasse gastos energéticos para depois serem desligados, para poupar na conta. A solução está, por exemplo, na rutura térmica dos edifícios e noutras formas que os entendidos na matéria saberão enunciar, elementos passivos que têm o custo de instalação mas não de consumos.

Mas quem fala das escolas, também fala das nossas próprias habitações, todos sentimos os efeitos negativos do calor, nomeadamente no sono, fator essencial ao nosso bem-estar físico e intelectual. O que podemos dizer acerca das construções aqui, na Madeira? Basta ver o exemplo dos prédios que se constroem sem ter em atenção a sustentabilidade e a adequada certificação energética. E de novo o PRR não cria resiliência.

E que dizer dos ambientes exteriores? Com a previsão do aumento de temperaturas, aposta-se em mais e mais cimento? Até aquela imitação de Dubai, que deveria ser exemplo, ficou atravancada e evapora-se o equilíbrio entre edifícios e área verde. Onde estão os espaços verdes entre os prédios, jardins e nas ruas? Comparem o mesmo espaço com árvores ou sem elas e as temperaturas registadas.

E nós com um PRR, que prevê resiliência para as alterações climáticas.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 4 de Outubro de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários