O s mais atentos a esta coisa da imprensa livre regional, já se aperceberam que nos últimos tempos os jornais do regime estão a alertar, muito subtilmente, para o facto de que a água possa ser um bem escasso nos próximos tempos. Meus caros, nada é inocente nas notícias cirúrgicas que se publicam nesta ilha. Quem ainda se lembra das notícias que a Madeira ia exportar água para Canárias?
Depois de o “óscar” ter batido recordes de chuva parece que a água que caiu do céu nesses dias correu toda para o mar. Depois dos últimos seminários eloquentes sobre a água, mentes brilhantes e de muitas notícias subliminares, não é por acaso que hoje o Diário faz primeira página do assunto.
É preocupante? Sim, é! Mas mais preocupante é uma entidade como a ARM-Água e Resíduos da Madeira, tutelada precisamente por uma Secretaria Regional do Ambiente e das Alterações Climáticas, ter feito orelhas moucas de avisos que já têm décadas. Talvez porque o seu responsável está mais preocupado em liderar os TSD, fazer campanha pelo PSD ou encher a ARM de tachistas do que se preocupar com investimentos e estratégias a médio prazo? A chuva pode ser invisível, mas a água não é!
Curiosamente não se viu nenhum parecer da ARM sobe os efeitos da estrutura da Lagoa do Paul da Serra nos lençóis freáticos a jusante do Paul. Isto das energias renováveis é louvável quando os recursos são garantidamente renováveis, mas quando faltar a água para sobreviver acende-se a luz? Claro que não! É espectável que num momento de contingência suspenda-se a produção de energia hídrica para que a prioridade seja armazenar água.
Se a garantia de água para sobreviver é inquestionável, o que dizer da água necessária para a agricultura? Vamos exportar cactos em vez de banana?
Que investimentos fez a ARM na captação e no armazenamento de água nos últimos anos? Que estratégia tem a ARM para a captação de água no norte da ilha? Existe algum Estudo de impacte ambiental sobre os danos que uma captação desenfreada de água a montante da Laurissilva possa definidamente causar no coberto vegetal da ilha? Ainda não? Ainda não foi encomendado à empresa certa?
Para deleite das Construtoras, é previsível que o Governo tire um coelho (para não dizer porco) da cartola e anuncie barragens de milhares de milhões de euros para retenção de água em toda a ilha. Também não é menos previsível que o dinheiro para isso seja exigido aos Europeus ou a Lisboa. Ou seja, a estratégia é sempre a mesma: cria-se o problema para depois arranjar dinheiro para o cimento.
E se tudo falhar, a culpa vai ser das Alterações Climáticas, dos Municípios da Região ou de Lisboa.
Que se lixe a água, que não nos falte a cerveja CORAL!
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 8 de Outubro de 2023
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