O s Amigos de Alex é um filme de 1983 que teve um grande impacto mediático. No filme, sete colegas da faculdade encontram-se durante um fim-de-semana, depois de um funeral de um antigo colega que se suicidou. Durante o encontro os amigos descobrem as traições, os crimes e as mentiras da vida de cada um deles. Não, não vou escrever sobre cinema mas tecer algumas considerações sobre o caso “influencer” que abalou a democracia em Portugal.
Sejamos pragmáticos. É mais impactante para a Procuradoria Geral da Republica e para os Media em Portugal um caso em Lisboa do que na Madeira. Não tenhamos dúvidas que se o caso fosse na Madeira teria passado despercebido à maioria da população portuguesa porque ninguém quer saber do que se passa numa ilha que fica no “cu de judas” do Atlântico. Todos percebemos que um caso na Capital do País tem mais “sharing” nas TVs e leitores nos jornais que um “casinho” numa ilha que se habituou a resolver os seus problemas abandonada à sua sorte.
Sejamos francos e honestos. O lóbi sempre existiu! A título de exemplo, veja-se o caso do LIDL. O LIDL - como qualquer empresa que quer ganhar dinheiro - quer investir no mercado da Madeira mas tem de cumprir os requisitos legais para o fazer. Ao LIDL interessa acelerar o processo porque tempo é dinheiro e ao Município defender o interesse público e é aqui que entram as negociações políticas!
Confesso que não conheço o processo de licenciamento, mas estou convicto que o Presidente do Município não negociará nenhuma ilegalidade de modo a tornear a lei e licenciar a obra em 5 dias. Se o Presidente cumpre a Lei, acredita-se que possa haver os chamados amigos “influencers” que tentam convencer o Município a não complicar um investimento de milhões que pode dar empregos a centenas de madeirenses e, do outro lado, “influencers” para complicar a entrada do LIDL no mercado da Madeira. Para a Lei, nem o LIDL, nem o Município estão a cometer ilegalidades, mas o mesmo não se pode dizer dos “influencers”.
Se segundo a Lei, o tráfego de influências é crime, porque é que na Madeira não se investiga estes casos? Será que não há lóbis na Madeira? Segundo consta, o problema é que o Ministério Público e os Juízes dos Tribunais estão mais empenhados em julgar e condenar casos amorfos que não tenham ligações ao poder, do que perder anos de vida em processos complexos que podem demorar décadas.
Por isso – e fica o aviso de amigo para o Correio da Madeira - não me admiraria nada que o Ministério Publico desse razão a algumas queixas-crime de algumas ofélias ofendidas contra o Correio da Madeira, resultando no fecho da plataforma e, quem sabe, na condenação à morte dos inúmeros anónimos que enviam textos para a o único meio de comunicação da Madeira que é ainda livre. No fundo, temos de compreender que na Madeira, a liberdade de expressão é mais perigosa que os crimes de milhões.
A modo de epílogo, dos parágrafos anteriores, conclui-se que os “influencers” são como as bruxas, ninguém acredita nelas, mas que as há, há!
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 12 de Novembro de 2023
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