Os intermediários da Informação


U ma quantidade suficiente de jornalistas meteram-se numa alhada capaz de contagiar a imagem da classe, se bem que ache que cada vez mais se sentem convictos do caminho que escolheram e que os maus exemplos contagiam os mais novos que chegam à profissão. Uma excelente profissão para colher benesses...

Um jornalista é um profissional que se dedica a coletar, redigir, editar e apresentar informações ao público. Os jornalistas trabalham em diversos meios de comunicação, como jornais, revistas, rádio, televisão, internet e outras plataformas. Têm a responsabilidade de investigar, relatar e comunicar eventos, notícias e histórias de interesse público.

Os jornalistas desempenham um papel crucial na sociedade, atuando como intermediários entre os eventos e o público. Devem seguir padrões éticos e princípios de objetividade ao apresentar as informações. Além disso, muitos jornalistas especializam-se em áreas específicas, como política, economia, saúde, cultura, desporto, ciência, entre outras, para fornecer uma cobertura mais aprofundada e especializada. Apesar de terra pequena e generalista, a Madeira tinha alguns, mas infelizmente vimos destes jornalistas serem afastados das suas áreas (eram inconvenientes) para fazer outro tipo de jornalismo, perdendo-se todo este know how, conhecimento crítico, sobretudo um histórico. Sem histórico o revisionismo passa melhor nos mais novos carentes de estado de graça.

Quem está atento percebe que andaram a minar o jornalismo para reinventar outro, massivamente de entretenimento e curiosidades, que pegam no tipo de sociedade que temos.

O caso do DN-M é paradigmático, à parte da oligarquia e o jornal usado no interesse dos dois sócios, percebe-se por ali que Avelino é melhor patrão do que Luís Miguel. Avelino faz a sua vida e não precisa do DN, o DN é que precisou dele. Já Luís Miguel Sousa quer se branquear e mete os jornalistas em alhadas dispensáveis, como a do gás nesta semana. Tantos proveitos no mesmo saco. Se atendermos que PS-M carrega sobre si a desconfiança de estar feito com o sistema, com uma simples fotografia de Cafôfo e Iglésias sentados à mesa com Luís Miguel Sousa, percebe-se que se o jornalismo se cola a ele, com a mesma pressão e manipulação a que está acostumado sobre todos, é tácito se perceber que um projeto jornalístico, com ele e à partida, herda muitos anti-corpos. Pior ainda é quando os jornalistas, sem mais saída profissional entre oligarquia e assessoria no Governo, se dedicam a cair em graça fazendo-lhe favores e fretes. Quer isto dizer, que a posição de certo jornalismo é pior do que a situação do PS-M, é que estes libertam-se do fardo quando aquelas cabeças atingirem e se fizer luz, enquanto que no jornalismo não se vê qualquer saída, ainda para mais quando são propriedade de Oligarcas e Governantes (através dos apoios). Falar grosso nesta conjuntura, é água no dorso de um pato.

No entanto, não sendo o JM o brinquedo predileto está a fazer melhor caminho nos conteúdos, se calhar por menos invasão...

A sociedade está em mudança, percebemos que quem está bem neste modelo económico está a ficar ultrapassado porque a água contorna sempre a "pedra" e esta fica para trás. Alguma frustração de alguns jornalistas sobre a perda da influência destes é culpa dos próprios, e pouco adianta campanhas com pessoas idosas a dar cara da idoneidade, da pressão sobre redes sociais, ou outros estratagemas que voltarão a ser "pedra" no caminho da água. É que não é este ou aquele, é muita gente apesar de tantos que emigram fartos da falta de oportunidades para todos.

Por outro lado, os jornalistas de um modo geral já estão tão convencidos de que este é o único caminho, que ficam crispados com quem fala verdade, porque estão como os governantes presos ao modelo económico dos mesmos há décadas (por isso o jornalismo foi comprado), do erário público e da solução dos oligarcas presos ao orçamento regional. Basicamente estão todos a dizer que a economia da Madeira é pequena, que não aguenta clubes de futebol, projetos jornalísticos independentes e que a iniciativa privada só tem sucesso à custa e influência com o poder, político e económico.

Há ainda mais dois pormenores curiosos, a mudança do papel para o digital encerra o mesmo dilema do PSD Madeira, os idosos, seu "mercado", estão a falecer e a acabar o fanatismo ... as pessoas estão mais pragmáticas.

E voltando ao PS-M, todos sabemos, por experiência de longas décadas, que não querem saber dos eleitores mas sim dos votos, para ganhar à sua maneira sem melindrar e fazer rotura com o sistema, pois olhem que certo jornalismo de imprensa está na mesma situação, querem vingar a sua verdade estando em graça com quem paga, quando até é uma profissão protegida pela legislação, mas que a realidade da Madeira amordaça. Também querem fazer jornalismo sem tocar no sistema porque dependem dele. Por isso, se o PS-M não ganha, este jornalismo deve pensar porque está a perder leitores e assinantes. O PS-M afasta-se dos desejos dos eleitores, desocupa e dá lugar a outros partidos, certo jornalismo de imprensa quer destacar o que lhes importa e o leitor já percebeu que não são fiáveis, até porque depois vem o comentário que tira as dúvidas.

Quando se fazem opções sectárias de jornalismo, e como tal condicionadas, depois não se pode ficar crispado porque toda a gente foge, fontes de informação e leitores, é impossível se ser imparcial nas condições em que se meteram os projetos jornalísticos nesta terra. E atenção que, o que alguns continentais, responsáveis por áreas ligadas ao jornalismo dizem ser problema geral no país, na Madeira não se aplica. Eles sabem que generalizam para fechar os olhos, como todos, sobre o que se passa na Madeira.

Estando as redes sociais e blogues mais perto e palavra das pessoas comuns, é natural o afastamento da comunicação social ligada aos interesses e elites montadas no sistema, na praxis e no erário público. Até porque eles não querem saber, tal como os Governantes, dos eleitores e leitores para nada, desde que o dinheiro que sustenta este monstro flua em enganos e perseguições.

Nem todos os que caem numa conjuntura ingerível se vendem de imediato. Ainda há gente com valores, sem os apregoar com honras.

No título deste meu texto designei os jornalistas como "intermediários da informação", o que significa que de um lado está o emissor (fonte das notícias) e do outro os leitores, os jornalistas estão a meio. Devem funcionar como qualquer operadora de telemóveis e transmitir fielmente tudo, sendo veículo, e cabe aos leitores decidir das razões e verdades, o problema é que a aflição de perder a intermediação lançou os jornalistas no comentário da sua própria notícia, quantas vezes enviesada, com omissões, copy-past ou na posição dos interesses dos seus proprietários, que não sabem estar numa empresa de comunicação, e só pretendem se branquear, pressionar o GR e forçar a conjuntura a seu gosto.

Os leitores, redes sociais e blogues não têm culpa disso, não andem a criar falsos inimigos externos sob artifícios do monstro. Eu estimo que vai correr muito mal na Opinião Pública, que manda, nas horas chave. Deveria haver aposentação para novas profissões de desgaste rápido.

Finalizo com esta observação, onde é que as pessoas vão à procura do contraditório? O jornalismo tem que perceber rapidamente que nos nossos dias existem outros veículos de difusão de mensagens, que não se podem arvorar em idóneos quando as opiniões são colocadas noutros sítios por falta de poder de encaixe do jornalismo. Quando o jornalista começa a opinar mais do que dá notícias, é natural que se ponha a jeito da discussão e seja conotado com posições, nalguns é perfeitamente visível o antes e o depois para a sobrevivência.

Temos cada vez mais aderentes, à união dos diversos poderes e pilares da democracia, em volta do poder de um partido e da sua oligarquia. Agora reflitam sobre quem está errado, ou então desistam de chamar a isto uma democracia, e aí até passo a concordar com o conceito, mas serei sempre democrata.

Há sempre solução, está à mão, basta não aderir ao fanatismo. Os democratas têm sempre portas abertas. O jornalismo tornou-se notícia nos comentadores porque é fundamental para a democracia. Saibam jogar e salvá-la.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 11 de Novembro de 2023
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