A evolução (retrocesso) na Europa


Caros resistentes do CM, um bem-haja a todos vós!

G ostava de trazer este tema que nos afecta no Ocidente Colectivo (EUA, Canadá, UE, Japão, Coreia ocupada (do sul), Austrália e N Zelândia), ao qual Portugal e a Madeira não são excepção.

Deixo-vos desde já a entrevista de Zhao Dingqi, assistente de pesquisa no Instituto de Marxismo da Academia Chinesa de Ciências Sociais e editor de "Estudos Socialistas Mundiais" a Gabriel Rockhill, diretor executivo do Critical Theory Workshop/Atelier de Théorie Critique e professor de filosofia na Villanova University, na Pensilvânia. (link) Esta entrevista é densa. Poderão não concordar com a matéria de opinião mas contra factos não há argumentos (e estão bem referenciados).

Explica-nos o retrocesso que se verifica na Europa nas últimas décadas e como foi provocado. A globalização neo-liberal que está em vigor em todo o Ocidente colectivo arrasta-nos para a destruição.

Desde logo, pela falta de democracia. Esta democracia liberal, burguesa, de partidos políticos não só não concretiza uma democracia efectiva (esta democracia representativa indirecta já está estudada há mais de um século. De falsa democracia passa a impedimento da democracia. Para termos democracia efectiva, necessitamos das 4 formas de democracia: além desta burguesa, em que se vota em partidos políticos que, com os seus representantes, representam-nos numa Assembleia, existe a possibilidade de eleger directamente a pessoa que se pretende para nossa representante (representativa directa), a democracia directa (o povo não elege representantes, exerce directamente a democracia) e a participativa em sentido estrito (através de referendos), como, ao longo do tempo, dialecticamente, acaba por impedir a democracia, tronando-a na ditadura do capital ("quem paga quer mandar", uma estupidez que nega a teoria da criação de valor, que sabemos há 5 séculos que apenas se cria valor pelo trabalho. Sabe-se que só o trabalho cria valor desde Adam Smith, um liberal clássico - nada a ver com os liberais de pacotilha de hoje em dia, espalhados por diversos partidos políticos. Hoje os papagaios pseudo-doutrinários dizem que o capital cria valor (sem noção do que dizem) quando afirmam que é preciso valorizar as empresas pois criam valor (falso - são apenas uma das organizações colectivas sobre o trabalho, um dos locais onde se cria valor, não o sujeito) e criam postos de trabalho (falso - o trabalho cria valor, este é transformado em dinheiro pela troca económica e uma minoria, pelo capitalismo, acumula esse dinheiro. Os anos passam, a acumulação continua até que se chega a uma altura em que têm verba e ideias para avançar com investimento. Os papagaios pseudo doutrinários só veem o esquema a partir daqui, ignoram a origem anterior dessa circunstânia. Conseguem eles com a verba e as ideias fazer alguma coisa? Não, precisam do trabalho alheio para explorar. Qualquer trabalhador produz mais do que aquilo que custa, se assim não fosse as empresas e fábricas não existiriam, pois o lucro é salários não-pagos). 

Esta influência do liberalismo (uma estupidez que sabemos também há 5 séculos que não funciona, desde Adam Smith, que levou a coroa britânica à falência. Convidado com tapete vermelho pelo poder instituído, A. Smith meteu-se com ideias liberais de acumular moeda-ouro para aumentar a riqueza, esquecendo-se da desvalorização unitária de cada uma, por via da maior quantidade, o que levou a uma inflação que meteu a coroa britânica na bancarrota. Como império que eram, conseguiram recuperar.). Reduz a democracia a partidos políticos que: se estão na oposição, querem chegar ao poder; se estão no poder, querem lá se manter. Custe o que custar. Que reducionismo estúpido!  

Está em andamento uma luta de classes clara: os de baixo (trabalhadores por conta d'outrem, independentes, micro e pequenos empresários - estes, pensam como burgueses e pensam que terão hipótese de chegar longe no capitalismo - não leram a melhor análise através de "O Capital") e a elite das multinacionais.

O objectivo é claro: tornar impossível a vida para os de baixo e destruir tudo para benefício dos grandes, num novo feudalismo, com a ajuda da nova tecnologia da 4ª Revolução Industrial. Para tal, contam com a UE que já está a pôr em prática o plano, através do Next Generation EU, p ex.

Assim, percebe-se melhor o que se passa em Portugal (com o liberalismo a afectar, em diferentes níveis, partidos desde o BE até ao PSD, passando pelo PS - IL é anarco-capitalista e Ch. fascista). Também já está estudado que o liberalismo é a pavimentação do caminho que leva o fascismo ao poder (ambos são braços do capitalismo). Tal acontece pois o liberalismo dá liberdade ao capitalismo - o que reduz a liberdade do Povo (lembrem-se da Saúde, Habitação, etc. - o aumento da liberdade para o capital reduz a liberdade para o povo). Assim, este, como Schumpeter (um capitalista claro) referiu, devora-se a si próprio e arrasta a sociedade consigo para a destruição. Como? Através da desigualdade, que o capitalismo promove e alimenta, sendo esta a criadora de toda a destruição económica, social, política, democrática, etc. Quando tal se sucede, das consequências a advir é que o trabalho não dignifica nem integra. Sendo o trabalho estruturante da sociedade, os alicerces da mesma começam a abanar. Uma maioria cada vez maior da sociedade passa a lutar pela sobrevivência sem garantias, o que leva a sentimentos revolucionários e redução da inteligência. Daí, os de cima, arranjam sempre um papagaio de boa oratória (como Hitler) que instigará os sentimentos mais animalescos para que esta maioria vote contra si mesma, sem ter noção das mentiras que lhes são vendidas. Isto está estudado e trata-se apenas da repetição da história. Desde a revisão à Constituição de 1989, negociada por PS e PSD fora da AR, rebentou-se com o que restava de Abril e começou um projecto reaccionário neo-liberal, entregando o ouro ao bandido (as empresas e sectores públicos para o privado, esse é que é o centro nevrálgico do poder).

Assim, o poder nas mãos de privados começa a destruir tudo, jogando com a fraqueza dos que têm como condição a venda ou aplicação da força de trabalho para sobreviver. 

Claro que sentimos isso aqui na região também. Da falta de democracia resulta que nem temos Estado de Direito Democrático (sem entrar pela concepção do mesmo) mas uma máfia institucionalizada, onde se tomam decisões em festas privadas cheias de políticos, empresários, magistrados, p****, drogas, etc.

Do impedimento da democracia, resulta que nem a maioria decide. Agora, a minoria basta para decidir. Juntem a abstenção aos votos e veem logo que a minoria decide. Não me venham com sentenças liberais - "não votam porque não querem" - que encerram o assunto sem se preocupar com o mais importante - estudar e analisar o porquê. O Povo não tem acesso a este conhecimento mas sente que não tem democracia e, por isso, afasta-se, não votando. Não é o mais correcto mas é o que é. Assim, é mais fácil pra estes partidos controlados pelo capital fazerem o que o capital pretende - basta aproveitar a condição de venda da força de trabalho para sobreviver para dar uns tachos e prebendas, dividindo o Povo para reinar, uma táctica antiquíssima. Para não falar que o espectro político vai sempre para a direita - a base da população portuguesa é socialista e social-democrata, os partidos que representam, respectivamente, o socialismo e a social-democracia são o PCP e o BE. O PS é liberal, o PSD neo-liberal com reaccionarismo bem presente.

Daí deriva tanta coisa, desde a alteração das leis do trabalho, para reduzir direitos e salários, aumentando os deveres, como a perda de soberania, inclusive da moeda própria, sujeitando-se à especulação financeira internacional, passando pelo assalto ao orçamento realizado pelos "ricos senhores".

Também são os primeiros a promover a imigração ilegal, sem controle de doenças, vacinas, cadastro, etc. dos que entram, de modo a colocar trabalhadores contra trabalhadores, a nível internacional, para assim meter medo aos locais, dizendo que os imigrantes vêm para tirar-lhes as migalhas que têm, quando eles acumulam o pão inteiro.

Somos forçados a assumir - Abril teve um erro crasso: não realizou execuções sumárias. E ei-los, de novo, com o poder na mão, a f****-nos a vida (Mello, Champalimaud, Espírito Santo, etc.) de mãos dadas com o capital internacional. Aqui na Madeira é o mesmo: só quando rolar a cabeças dos DDT (...) começará a libertação do Povo!

Quanto aos padres, basta-lhes perguntar pela Teologia da Libertação. Se se manifestarem contra, já sabemos que encarnam o mal que se instalou na Igreja há muitos séculos, indo contra a mensagem de Cristo, que era anarco-comunista. Da hipocrisia da Igreja e dos democratas-cristãos, estamos falados.

Quanto mais cedo houver consciência, melhor.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 21 de janeiro de 2024
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