Fugir das notícias


D ecorreu o congresso dos jornalistas, se soubéssemos os participantes até poderia ser considerado um congresso partidário. Andavam preocupados, como qualquer, um com o seu posto de trabalho e rendimento. É na atração e interesse das notícias que se publicam que está a ignição comercial que vai suportar o negócio, dando vencimentos e lucro. Na Madeira temos uma aberração, por não se fazer notícia e consequentemente jornalismo, obtém-se rendimento para pagar vencimentos e obter lucro.

Quando olho para esta situação, penso na quantidade de vezes que a vida é injusta, penso nos jornalistas do continente que lutam para obter a caixa, o caso, perseguem os "fios das meadas", fazem jornalismo de investigação, etc, e não têm a justa compensação.

Estou a escrever isto porque dei comigo a pensar que estou naturalmente a perder o hábito de seguir as notícias regionais, porque ninguém chega mais rápido a um caso do dia do que todos nós nas redes sociais, muitas vezes, os jornalistas socorrem-se delas, apesar de mal amadas. O resto é terreno pantanoso. Na Madeira foge-se da notícia e entra-se num trabalho criativo para ocupar esses espaços, desculpem ... com parvoíces.

Ao contrário de muitos no continente, que fazem jornalismo com futuro sombrio, na Madeira o futuro é mais risonho, com o jornalismo agarrado ao Governo, ao sistema e aos oligarcas. Tempos loucos os que vivemos, sem valores, o poder político e financeiro distorce as instituições.

Esta realidade faz com que desde a Madeira, com um colossal de "casos e casinhos", corrupção, peculatos, e Deus sabe lá o que vamos descobrir quando isto cair, se armem em virgens a mandar bocas para o continente. Os promotores disto são os jornalistas e a sua fuga da notícia para não melindrar quem os sustenta.

Será que abordaram desta maneira o estado do jornalismo na Madeira naquele congresso ou foram só gritos de Ipiranga contra aqueles que são, segundo eles, contra o jornalismo. Na Madeira quem mexe onde está a notícia gera raiva nos jornalistas, porque destapa-lhes as falhas. Eu cá acho que, continuando assim, não serei o único a perder o costume de não ligar à comunicação social de cá. A notícia surpreende, as daqui não, quase adivinhamos o trabalho de marketing.

Estou para ver, quando o poder perceber que matou o jornalismo, e que perderam essa influência, o que vai acontecer. Vai ser culpa das redes sociais?

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 22 de janeiro de 2024
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