O trajecto do CDS na Madeira, nos últimos 15 anos é digno duma tese a emoldurar e para pendurar na parede da sala.
F oi o CDS que teve a iniciativa, de entre todos os partidos regionais, de se reinventar. Apostou na Juventude, quando todos os quadros dos outros partidos estavam cristalizados e bafientos. O resultado dessa aposta, Teófilo Cunha, Rui Barreto, Márcio Dinarte Fernandes, Gonçalo Santos, Miguel Neves, Nuno Drummond, Jenny Correia, Luís Miguel Rosa, entre outros, foram nomes importantes e que deram nova vida e energia ao partido que, até então tinha sido sempre propriedade, ora de Ricardo Vieira, ora de José Manuel Rodrigues. O resultado é que o CDS arrancou para ter 11 deputados na Assembleia Regional. Um feito inédito. Internamente isto gerou uma certa insatisfação por parte dos proprietários do partido. Esta malta nova era perigosa e, pior que tudo, passavam a vida a questionar as atitudes da direcção que, de resto, eram as atitudes que até aí sempre tinham tido. E começou a luta intestina de domesticar os jovens “rebeldes”. Rui Barreto sofreu violentos ataques internos , por parte de Ricardo Vieira e José Manuel Rodrigues e respectivas comitivas. O objectivo era calar essa juventude que orbitava em volta de Barreto. As contendas foram subindo de tom e tudo ficou por decidir – uma espécie de batalha decisiva e final – num tal congresso em que estavam frente a frente Rui Barreto e João Catanho (cunhado de Ricardo Vieira). Logo na entrada em congresso, percebendo a força de Rui Barreto, Ricardo Vieira e suas fileiras abandonam o congresso, deixando o caminho completamente aberto a Rui Barreto. Noutro qualquer partido, tinha sido uma grande vitória, depois de anos de luta interna e, finalmente, uma mudança na alma do partido que não era senão a carteira do dinheiro de um e a carteira de clientes de outro. Mas no CDS não.
José Manuel Rodrigues volta ao congresso com a sua troupe (Ricardo Vieira, João Catanho, Lopes da Fonseca, Isabel Torres,…) e têm uma conversa com Rui Barreto nas traseiras do congresso. O resultado dessa conversa foi que Rui Barreto não assumiu a liderança. Assumiu-a o grande estadista Lopes da Fonseca e, assim, foi determinado que tudo mudava para ficar tudo na mesma. José Manuel Rodrigues cavalgou desde então, tirando proveito e vantagem do partido em todas as alturas. É um sobrevivente por natureza. Faz tudo, absolutamente tudo, para continuar. O partido é o seu garante, a sua reforma, a sua carteira.
E agora, mais uma vez, vai usar o partido para o mesmo de sempre. Com toda a esperança que, depois das regionais, vai de novo fazer a diferença e que Também, vai de novo usar o partido para tentar ganhar ainda mais uns cobres. O Lopes da Fonseca também, com toda a certeza, lá estará. Perito em coisa nenhuma, é capaz de falar durante horas sobre seja qual for o assunto (desde que não meta fra fru frangos, nem negócio de terrenos manhosos na Atalaia).
E é este CDS, completamente amorfo, refém de gente sem escrúpulos, que se serve da boa vontade das pessoas para extorquir do erário público o mais possível. Rui Barreto final também só queria lá chegar para fazer o mesmo. O mesmo, não. Fez pior. Fez desaparecer completamente o partido para integrar a rede de privilégios oferecida pela coligação com o PSD. E aqui, também não foi uma coligação. Foi uma aglutinação. E os partidos sofrem todos desta formiga branca. Mas o CDS abusa. O CDS é a formiga branca. Onde estão a Sara Madalena, o Márcio Dinarte e os poucos que ainda restam e que ainda podiam resgatar o partido destes cafetões políticos?
Enquanto for assim, enquanto forem estes, não vote CDS, porque aquele partido não representa mais ninguém senão os próprios dirigentes.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024
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