Q uando estamos prestes a cair do precipício, agarramo-nos, nem que seja, a uma tabaibeira. Foi isso mesmo que aconteceu com Miguel Albuquerque, quando escolheu o ex-vice-presidente do Governo, João Cunha e Silva, para número dois da sua candidatura à Assembleia Legislativa da Madeira e candidato a Presidente do Parlamento.
É preciso estar num momento de grande aperto e aflição para indicar Cunha e Silva para a presidência da Assembleia Regional, quando estamos a falar do partido que tem uma extensa lista de pretensos quadros, ansiosos para ocupar o lugar.
Questionamos, então, como é possível que o homem responsável por meter a Madeira no prego, após uma longa travessia no deserto, possa vir a ser promovido a Presidente do Parlamento da Região. Isto depois de nos deixar uma herança de 6 mil milhões de euros por pagar. Estamos a falar de um dos principais protagonistas da bancarrota da Madeira e das famigeradas Sociedades de Desenvolvimento. O tal que deitou 100 milhões de euros ao mar na Marina do Lugar de Baixo.
Mesmo assim, foi lhe prometido o prémio de Presidente do Parlamento Regional. Mais insólito foi a decisão ter sido apoiada publicamente por Miguel de Sousa, o indivíduo que mais cobras e lagartos disse da governação de Cunha e Silva. Talvez foi um daqueles conselhos de amigo da onça, não seria de admirar. Sobretudo, quando temos José Manuel Rodrigues à espreita para surripiar o lugar à custa de acordos pós-eleitorais. Cunha e Silva que se ponha a pau.
Contudo, a resposta a esta questão é simples: amor com amor se paga. Depois de Cunha Silva ter fechado os olhos e apoiado Miguel Albuquerque na trapalhada da mega investigação de corrupção, o pagamento é a Presidência da Assembleia Regional! Um pequeno preço a pagar. Quando a bem da verdade, a competência nunca foi o critério de escolha, não ia ser agora que iam começar.
Raquel Coelho
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