V ejo muita confusão em São Vicente, mas pergunto em quem vamos votar? A oposição, e não os oportunistas que aparecem e as jogadas do PSD, não conseguiram formar listas para poder haver disputa. Eu percebo que a força do dinheiro e das ligações mafiosas destroem tudo, mas nem uma coligação de partidos conseguiram para fazer frente? As mudanças de limite de mandato são excelentes oportunidades para a alternância, perdendo esta oportunidade, vai haver mais eleições daqui a 4 anos, mas não é a mesma coisa.
A ausência de alternativas viáveis de oposição deve-se ao facto de estarem demasiado divididos por ambições pessoais para se unirem, se até o PSD está assim mas tem a "cola" dos interesses, como é que a oposição pode fazer melhor? Isto é claramente a falta de alguém com carisma. A força dos partidos no poder, como o PSD, muitas vezes reside numa estrutura organizacional e em recursos financeiros que a oposição simplesmente não tem. É difícil para novos candidatos ou pequenos partidos competirem sem uma rede de apoio sólida. Isto naturalmente é a convicção de que o dinheiro público facilita a vida dos partidos do poder.
Se a perceção é de que o poder económico e as influências ilícitas têm um papel decisivo em São Vicente, temos muito a falar sobre quem se furtou a deveres e desempenho de funções de cariz judicial e fiscalizador. Assim se cria um ambiente onde a oposição sente que é inútil concorrer, pois o jogo já está viciado. Este cenário desmotiva e afasta potenciais candidatos e ativistas de valor e abre-se caminho a esta discussão estéril que se vai vendo, desculpem, de arraia miúda.
Vai ser uma oportunidade perdida, os limites de mandato são uma excelente oportunidade para a alternância. A regra foi criada precisamente para evitar a perpetuação de um mesmo líder ou partido no poder. Quando essa oportunidade é desperdiçada porque não há quem se apresente como alternativa, a regra perde a sua eficácia. A energia para a mudança, o momento político e o desgaste de um líder que está há muito tempo no cargo são fatores únicos. Perder este momento significa que a dinâmica de poder pode voltar a estabilizar, tornando a luta ainda mais difícil no futuro.
Quando os eleitores não veem alternativas claras e sentem que o sistema está viciado, a confiança nas instituições diminui e a abstenção pode aumentar. Ou acomodam-se ao que existe. As pessoas ficam desorientadas e questionam "em quem vamos votar?", pois sentem que a sua participação não fará a diferença.
A "doença" na democracia local em São Vicente é profunda, ao ponto de ganhar uma estrada de cor laranja. A falta de oposição organizada e a percepção de que o poder estabelecido é inabalável criam um ciclo vicioso de desmotivação, fragmentação e perda de oportunidades para uma verdadeira alternância política.
Quanto mais vejo berrar, mais fulo fico, fechem a boca se não souberam criar alternância, esse foguetório não serve para nada! Parecem foguetes de estalo nos arraiais.
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