"Miséria de Cabeça": as palavras fora da boca e a triste figura de Paula Margarido.

 

P aula Margarido parece as campanhas dos bancos e dos supermercados, os outros doam e ela aparece para a fotografia, mas também parece o Estado, gerido por partidos que provocam a pobreza e depois cobra o imposto sobre as doações. Paula Margarido destruiu a sua imagem com uma tirada que mostrou que a sua partidarite é superior à realidade onde se inseriu (o que agrava a situação).

Durante uma conferência em novembro de 2024, Paula Margarido, na altura deputada do PSD-M, afirmou que a pobreza na Madeira era "consequência do álcool e das drogas" e que a miséria que se via na rua era uma "miséria de cabeça", questionando, por sua vez, os indicadores de pobreza regionais.

É "miséria de cabeça", quando confrontamos a dualidade entre as declarações que atribuem a pobreza a fatores individuais ("miséria de cabeça", "álcool e drogas") e o papel da governante enquanto Secretária Regional que apoia o sistema de assistência social, que naquele momento não reconheceu a necessidade de ajuda externa para milhares de pessoas, obra o PSD ao longo de décadas. Existe famílias que trabalham e vivem em carência porque os fracos rendimentos não alcançam para viver e assim socorrem-se do Banco Alimentar para poder pagar o resto.

  • O Banco Alimentar da Madeira apoia dezenas de instituições parceiras.
  • Os dados mais recentes da instituição indicam que estas instituições, em conjunto, apoiam cerca de 6.927 pessoas em situação de vulnerabilidade social na Região. E vai crescer com esta governação para estrangeiros com trabalho mal remunerado para servi-los.
Se a pobreza fosse meramente uma questão de "miséria de cabeça", a intervenção governamental e o apoio financeiro a instituições como o Banco Alimentar (que combate a carência material imediata, como a fome) seriam desnecessários ou ineficazes. O reconhecimento institucional da necessidade de um Banco Alimentar que sustenta milhares de pessoas contraria a ideia de que a pobreza resulta apenas de escolhas individuais ou vícios, confirmando a existência de vulnerabilidade social e fome em larga escala na região.

Mas também, o reconhecimento institucional da necessidade de um Banco Alimentar, contrasta com um GR que cada vez menos concede apoios aos pobres, em crescendo, que fabrica com as suas políticas, porque a elegibilidade é cortada pelo critérios. O GR faz pobres e esconde-os.

Essa simples foto em que julga que ultrapassou a sua tirada partidária de negação é mortal para a sua imagem... ao contrário do que pensa. E parece que só no Madeira Opina se pode chamar o "boi pelos nomes", o resto é propaganda que já se esqueceu, incapaz de produzir uma crítica.