G orada está a oportunidade de ouro de mudar a Madeira, já que os liberais e o PAN fizeram saber que com Cafôfo não há acordos, resta ao PS lamber as feridas e olhar para o futuro. Não foi por falta de aviso. Foram vários os alertas feitos que Cafôfo não era um candidato bem aceite na Região. Os militantes, iludidos, pensaram que estavam ainda a seguir o Ferrari Cafôfo versão 2019. Os madeirenses fizeram por lembrar que o Fiat Punto Cafôfo versão 2024 não agrada a ninguém.
Desde a memorável eleição de 2019, para a qual deixou para trás a Câmara do Funchal, Cafôfo largou o partido, a assembleia e uma Secretaria de Estado. Deixou a Madeira nos últimos meses para se dedicar a Lisboa e, ao que tudo indica, deve deixar novamente livre o assento regional para voltar a Lisboa, mesmo que a configuração parlamentar indicie eleições num futuro próximo. Cafôfo, que criticou Carlos Pereira por governar a partir de Lisboa em 2015, tentou fazer o mesmo. O resultado era óbvio.
Se a Madeira vive uma crise política, o PS vive uma crise de competência. Desde o presidente à direção, assembleia regional e estruturas internas, não se conhecem ideias destas pessoas, para lá do acotevelar para ficar na foto. O PS vive atualmente de clichés, frases feitas e comentários fúteis, enquanto os dois barões se divertem a escolher presidentes.
Enquanto o PSD entretém-se a tentar afastar Albuquerque na secretaria, o PS tem escolhas difíceis a fazer. Enfrentar as autárquicas com um presidente que não convence ninguém é meio caminho andado para as perder. A coligação com JPP faz sentido para roubar algumas autarquias, mas até é provável que tenhamos novas eleições Regionais antes. Cafôfo já foi rejeitado duas vezes em menos de três meses. Haverá coragem para encontrar alguém que faça melhor figura, ou serão necessárias uma terceira e uma quarta derrota até que dentro do PS percebam que não lá vão com este?
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