Antunes faz uma exortação aos crocodilos


Vieira falou aos peixes porque os homens não o queriam ouvir. Assim, como os canalhas e os cães estão em desespero, Antunes escreve aos crocodilos:

- Vós que tendes garras, que comem o trabalho do gado, deixe-me que vos diga, daqui a pouco, em breve, rápida e solenemente, não haverá nada para comer. Todos os esquemas estão tratados para fracassar, as vossas garras não terão o que morder, a vossa fome vai-vos devorar. Os vossos filhos vão-se rebelar e fugir para outros prados. Ficarão sós na vossa delinquente prosápia. Deixem o povo se erguer. É o povo que trabalha, é o povo que gera riqueza do chão. Deixem outros criar novamente riqueza. Deixem outros plantar o solo fértil que o vosso sal amargo medrou. Crocodilos tendes de vos acalmar. A bomba vai rebentar dentro das mandíbulas. Têm de ceder o banquete antes que a desgraça vos aniquile a todos como uma peste macabra!

Perguntei ao Antunes o que significa esta parábola aos crocodilos porque eu próprio não a compreendo. Antunes respondeu: 

- Estes animais vão rebentar com tudo e se não se acalmarem vão perder tudo. É preciso trazer os bons para o poder, é preciso negociar uma saída limpa, se quiserem sobreviver. 

- Mas Antunes, esses crocodilos que se danem! O que é quero é que se afoguem na lama! Que se engasguem na podridão!

- Não é assim tão simples. Estamos como a Espanha no final do regime. Se não houver um acordo vai haver uma guerra civil e a autonomia afunda para sempre. Li que Lisboa já tem um plano. Viste a limpeza que fizeram aos juízes. E depois há uma outra maneira de rebentar com a autonomia: fechar a torneira. Não é só perder o deputado europeu. É perder as transferências do Estado e os fundos comunitários. O acordo tácito entre a República e Autonomia era não darmos bandeira. Manejar os esquemas sem levantar ondas. Não meter água. E o caldo está entornado. Mais tarde ou mais cedo não há dinheiro para a Madeira. E estes cabrões sabem disso e continuam a esticar a corda. Mesmo que o Chega faça o acordo, no dia que o jacaré do Ventura ser primeiro-ministro ele vinga-se de o terem desautorizado. 

O que me dizem é que é deixar bater no fundo. Antunes responde:

- Nesta desgraça todos os dias é um novo fundo mais profundo! A Madeira tem de resistir!

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 27 de junho de 2024
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