A ilusão digital: um alerta


Quando as luzes se apagam, a realidade entra em foco.

No nosso mundo cada vez mais digitalizado, há uma crescente obsessão pelo virtual, uma visão utópica onde tudo, desde as finanças aos registos, existe apenas no reino etéreo dos uns e zeros. No entanto, a recente interrupção da Microsoft serve como um forte lembrete da perigosa ilusão que construímos. A conveniência dos sistemas digitais cegou-nos para a sua fragilidade, deixando-nos perigosamente expostos quando ocorrem falhas inevitáveis.

1.º Dinheiro digital: um mito em crise?

O recente apagão informático na Microsoft serve como um rude despertar para aqueles que defendem a digitalização total do dinheiro. Se até um gigante tecnológico como a Microsoft pode sofrer um fracasso tão abrangente, imagine-se o que poderá acontecer a um sistema monetário inteiramente dependente de bits e bytes.

A ilusão da segurança digital:

A narrativa do dinheiro digital como sendo “mais seguro” do que o dinheiro físico sempre foi questionável. Os sistemas digitais complexos são inerentemente suscetíveis a falhas, ataques cibernéticos e erros humanos. Basta uma pequena falha para que todo o sistema financeiro entre em colapso, deixando milhões de pessoas sem acesso aos seus meios de subsistência.

Dinheiro físico: um salvador em tempos de crise:

Num cenário de apagão informático, o dinheiro físico torna-se uma tábua de salvação crucial. As moedas e as notas não dependem da internet, dos servidores ou da eletricidade para funcionar. São tangíveis, universais e, em tempos de crise, podem ser a única forma de garantir a sobrevivência económica.

A lição do apagão da Microsoft:

O “apagão” da Microsoft serve como um lembrete de que a digitalização total do dinheiro é um caminho perigoso e imprudente. É essencial manter um sistema monetário diversificado, com o dinheiro físico a desempenhar um papel crucial como reserva de segurança e meio de transação em tempos de crise.

2.º Sociedade sem papel: uma fantasia em fragmentos?

O recente apagão informático na Microsoft põe também em causa a ideia de uma sociedade completamente sem papel. A excessiva dependência de documentos digitais torna-nos vulneráveis ​​a falhas de sistemas, ataques cibernéticos e perda de dados.

A fragilidade do digital:

Imagine um mundo onde todos os contratos, registos médicos, diplomas e outros documentos importantes existem apenas em formato digital. Um “apagão” informático pode significar a perda irreversível de informação crucial, conduzindo ao caos social, à incerteza jurídica e até ao colapso das instituições.

A importância do papel:

Os documentos físicos, como contratos impressos, certificados e registos em papel, servem como uma salvaguarda vital contra a fragilidade do mundo digital. São tangíveis, resistentes a falhas do sistema e podem ser facilmente verificados e autenticados.

Um equilíbrio necessário:

A digitalização é uma ferramenta poderosa, mas não podemos estar totalmente dependentes dela. É necessário encontrar um equilíbrio entre a comodidade do digital e a segurança do físico. Os documentos importantes devem ter sempre uma cópia física, como o backup em caso de emergências digitais.

Conclusão:

O “apagão” da Microsoft serve de alerta para os perigos da digitalização excessiva. Tanto no caso do dinheiro como da documentação, a diversificação e a manutenção de backups físicos são essenciais para garantir a segurança, estabilidade e resiliência da sociedade.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 19 de julho de 2024
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