V endo o caso da Hungria de Orbán e nota-se as várias similitudes, não se sabe quem copiou quem primeiro, mas o facto é que as parecenças são a todos os níveis, desde a comunicação social, aos níveis de corrupção, como do compadrio e nepotismo, como da criação de uma oligarquia pelo partido para que suporte este e vice-versa. Até o símbolo do Fidesz, partido de Orbán que governa a Hungria, é de cor laranja.
Vejamos o tema da comunicação social, tanto na Madeira como na Hungria de Orbán: Orbán usou os oligarcas, amigos deste e do seu partido, para comprarem os media para assim o seu partido, através destes, os controlar. Os oligarcas ficaram com mais de 80% dos media privados, o Orbán controla, também, os órgãos de informação públicos. O que sucede é que tanto nos privados como no público dão pouco espaço à oposição, publicando só as notícias que são benéficas para Orbán, fazendo passar somente a sua narrativa, omitindo tudo o resto, ou seja tapando todos os escândalos de corrupção que são veiculados na imprensa internacional, quase o único sítio para os Húngaros saberem do que se passa no país além das redes sociais, mais uma similitude para com a Madeira, onde os madeirenses só sabem dos casos de corrupção escandalosos através da imprensa nacional e pelas redes sociais.
Assim escapam ao escrutínio público, mergulhando a população no escuro:
Semelhanças com a Madeira? Quem controla a nossa comunicação social? São os nossos oligarcas com o mesmo intuito. Como se mete a população no escuro? Ao não se fazer jornalismo de investigação, ao fazer-se manchetes que podiam ter sido feitas no gabinete do Governo Regional, ao omitir as notícias que sejam negativas para a imagem do PSD-M de MA, ao censurar qualquer narrativa que coloque em causa o esquema destes. Enquanto isso lá vão sedando o povo com notícias que em outros matutinos sérios nem se dignariam a publicar, como aquela de uma turista que andou de biquíni pela rua, o DN-M tornou-se numa triste caricatura, pior é ver o cinismo letal do director desse matutino ao escrever sobre a defesa da liberdade de imprensa. Mas nas regiões autocráticas é assim, a censura é a liberdade, a mentira é a verdade, tudo muito "orwelliano", só falta o PSD-M depois criar uma Secretaria Regional da Verdade, convidando o director do DN-M para secretário, para combater a suposta desinformação.
Autocrático é hipérbole? Basta ver os saneamentos políticos feitos recentemente e o rol de nomeações à confiança política, ou seja, fica tudo no PSD-M de MA, nada contra MA e nada fora do PSD-M de MA. Rafaela Fernandes pelos seus caciquismos teria lugar certo no partido de Orbán. Também na Hungria, a lealdade para com Orbán é o requisito essencial, sendo o compadrio e o nepotismo a norma nos cargos públicos, quase todos pela confiança política.
Tal como o Orban e o Fidesz, o PSD-M criou uma oligarquia que controla quase todos os meios de produção e assim venceram o jogo do monopólio, tiveram cash flow pelo qual ninguém consegue competir especialmente numa região ultraperiférica, o cash flow é providenciado pelo erário público, não é por acaso que quando se deu a mega operação da PJ na Madeira, questionou-se a empregabilidade dos muitos trabalhadores dos grupos pertencentes aos oligarcas, como também pelo prejuízo pela paragem de certas obras públicas, ou seja, estes tornaram-se nuns "too big to fail, too big to jail" na Madeira. Uma oligarquia engendrada com actos corruptos que beneficiaram descaradamente os seus empresários amigos, com vários contratos públicos multimilionários para obras inúteis, com uma grande parte dos contratos públicos dados a estes, fazendo muitos deles magnatas em poucos anos com o dinheiro do contribuinte: https://www.ft.com/content/ecf6fb4e-d900-11e7-a039-c64b1c09b482 Leiam isto e digam se já não viram quase a mesmas queixas por muitos dos que escreveram factos semelhantes ao CM no passado:
Não é por acaso que a Hungria é considerado o país mais corrupto da UE, e o Orbán também criou um suposta autoridade anticorrupção "independente", o que significa que isso não vale para coisa nenhuma, tal como o gabinete anticorrupção que foi proposto na Madeira, eles vão se investigar e se denunciar a si próprios? E tal como o PSD-M, o Orbán tem sempre uma falácia para desviar a responsabilidade para um inimigo externo, neste caso é o "Soros", os nossos são os "cubanos":
E quem são os sócios europeus do Orbán? Pois, o de Portugal é aquele queria "limpar Portugal":
Agora sabendo que "limpar" tem vários significados, sendo um deles o de roubar, agora faz todo o sentido aquele lema, é como um ladrão que quer limpar o recheio da casa alheia. Foi este que deu os fretes ao PSD-M. Tudo não passou de teatro político para não perderem votos, pois após as eleições, a venalidade era visível, com um deles a abraçar o MA, e o líder sorridente nos bastidores com o Jaime Filipe Ramos. O chega sendo sócio e muleta do PSD-M, era algo de natural, que só causou certa surpresa aos mais distraídos.
E depois disto tudo, queremos continuar a chamar a Madeira de Singapura do Atlântico? Se é certo que a Singapura é também ela, parcialmente, autocrática, esta não tem os níveis de corrupção da Madeira, nem de perto. O mais correcto é que seja a Hungria de Orbán ultraperiférica.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 5 de Agosto de 2024
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