Os Cinco Magníficos da Quinta Vigia: Prossegur?


Inversão de Valores

P arece que a Quinta Vigia, residência oficial do Governo Regional da Madeira, virou palco para um novo reality show: "Os Cinco Magníficos e a Prossegur". É um enredo tão surreal que até a Netflix deve estar a ponderar os direitos de transmissão. Cinco arguidos de primeira linha, acusados de fazerem mais do que política… Mas o que nos faz rir (para não chorar) é a sugestão de que talvez, só talvez, fosse prudente andarem com seguranças. Porque, claro, ninguém quer ver um arguido em apuros, não é? Prioridades!

Ora, vamos a isto. Os senhores da Quinta Vigia têm a Prossegur como fiel aliada. Uma empresa de segurança que protege a sede do Governo e, quem sabe, talvez agora também proteja os arguidos das "más línguas". Afinal, andar por aí como arguido não deve ser fácil. Há sempre o risco de tropeçar numa citação judicial ou, pior, de dar de caras com um eleitor furioso. Imaginemos a cena: “Peço desculpa, Sr. Secretário, mas há aqui um cidadão que quer falar sobre… ética.” Chamem logo reforços!

E quem melhor que a Prossegur para o serviço? Se conseguem guardar um centro comercial, por que não um político embaraçado? Já os estou a ver com auriculares e óculos escuros, numa coreografia digna de um filme de ação: "Cuidado, suspeito à esquerda! Não, espera, é só um jornalista." Um segurança pode sempre sussurrar ao ouvido: “Não se preocupe, Sr. Arguido, ninguém lhe vai perguntar nada sobre contratos públicos. Estamos aqui para isso.”

Agora, a sério, será que deviam andar com segurança privada? Olhem, mais valia era um segurança moral. Isso é que faria falta: alguém que aparecesse antes das decisões dúbias e dissesse, calmamente: “Tenha juízo, senhor secretário. Vai mesmo meter-se nisso?” Mas, pronto, segurança moral não é contratável, e a Prossegur faz o que pode.

Por outro lado, os contribuintes até poderiam apreciar o espetáculo. Quem sabe, uma escolta policial com sirenes e luzes em tom de azul e vermelho, para condizer com as cores partidárias. Já estou a imaginar o slogan: "Na Madeira, até os arguidos andam seguros!"

E, no final de contas, segurança ou não, o verdadeiro perigo não está na rua. Está nos corredores do poder, onde as decisões se fazem à sombra de gabinetes. Talvez não precisem de seguranças, afinal. O que deviam era de aprender a andar sozinhos, mas com transparência. E isso, meus amigos, nem a Prossegur lhes pode garantir.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta feira
, 20 de Novembro de 2024
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