À s vezes, o silêncio é preciso e faz bem. E com tanto ruído, precisamos parar para perceber alguma coisa do que se passa. O que se passa quando vemos que é a Comunicação Social do continente que nos traz informação ausente na imprensa cá, como se não haja autorização para divulgar o que não interessa, o que pode prejudicar a governação regional?
O que é que se passa para além da falta de medicamentos no hospital, da gravíssima situação da habitação a preços comportáveis para famílias, do desemprego que ‘baixa’ sem se fazerem as contas da saída dos que foram à procura de melhores condições?
O que é que se passa quando um presidente do governo se comporta com uma exuberância ostensiva, para fazer esquecer que é arguido em processos judiciais?
O que é que se passa quando este mesmo presidente quer impor a sua vontade, à revelia da legislação – ‘queira ou não queira o Tribunal Constitucional’?
O que é que se passa quando uma ’novidade’ é anunciada e não há um único jornalista que pergunte: Ó senhor fulano de tal, mas essa ‘novidade’ já foi proposta há 5, 10, 20, 30 anos e os senhores sempre chumbaram? Como é que é?
O que é que se passa quando o presidente do governo regional afirma que já respondeu às perguntas dos deputados sobre os incêndios de Agosto, mentindo, porque afinal as perguntas ainda nem foram enviadas?
O que é que se passa quando, a propósito da aprovação de um diploma na Assembleia – sobre o regime jurídico do inventário florestal, da autoria do PS – que teve a abstenção do CDS e o voto contra do PSD, um deputado da maioria tenha por comentário “Isto é grave”.
Grave? Grave, porque é um diploma contrário ao que o PSD queria? Grave, porque de repente ‘cai’ uma maioria de 49 anos? Grave, porque na Madeira o poder não está habituado a ouvir um Não?
Grave é o que esse deputado transmite – é muito grave e revela tudo desta gente e deste regime!
Grave é não percebermos o que se passa connosco, quando nos cobram o choro da fome dos filhos, quando achamos tudo isto normal a fazer parte da democracia!
Clara Sofia
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 3 de Novembro de 2024
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